No Senado, vassalos com seus projetos de entrega do pré-sal;
na Câmara, traição.
Delatores sujos,
pedantes donos de revista-esgoto.
Vendedores de capas,
insetos que vivem de feridas.
Eclosão dos ovos das serpentes,
proliferação dos vermes dos bosques.
Assim está a tua realidade, pátria.
Paulo Martins
Com a palavra, Neruda:
Algo do bosque antigo caiu, foi a tormenta
talvez, purificando crescimentos e camadas,
e nos troncos caídos fermentaram os fungos,
as lesmas cruzaram seus fios nauseabundos,
e a madeira morta que caiu das alturas
encheu-se de buracos e de larvas espantosas.
Assim está o teu costado, pátria, a desditada
governação de insetos que povoam tuas feridas,
os grossos traficantes que mastigam arame,
os que desde Palacio negociam com o ouro,
os vermes que juntam micros e pescarias,
os que te roem algo cobertos pelo manto
do traidor que dança sua zamba excitada,
o jornalista que encarcera seus companheiros,
o sujo delator que faz governo,
o pedante que se apodera duma revista pedante
com o ouro roubado dos yaganes,
o almirante tonto como um tomate, o gringo
que cospe a seus vassalos uma bolsa com dólares.
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