Compartilho artigo de Fernando Brito, do site tijolaço. Não concordo integralmente com as críticas ao ministro Lewandowski que, neste momento, não tem como interferir no processo, por mais falso e ilegítimo seja o processo. Quando observamos o comportamento absurdo, estafúrdio e inadequado do ministro Gilmar Mendes perdemos a crença na justiça. Da descrença nasce a desconfiança. O comportamento do Ministro Gilmar conspurca a imagem de todo o Supremo Tribunal e, por consequência, da justiça. A omissão de vários ministros do Supremo nos deixa perplexos e indefesos. Não há a quem recorrer. Quanto ao ministro Lewandowski, prefiro aguardar mais um pouco antes de subscrever integralmente as críticas de Fernando Brito.
Quanto à farsa do processo de impeachment, acompanhei atentamente todas as etapas do circo e já escrevi diversos posts sobre o assunto. Não tem como não ficar indignado. Entendo e compartilho.
Paulo Martins
A televisão, ao fundo, vai tocando os vossa-excelência-pra-cá-vossa-excelência-pra-lá em que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski faz o papel de Nossa Senhora em certos estabelecimentos de luz fracas e avermelhadas.
Assiste-se a um julgamento sobre o nada, porque nada há para julgar. Não há crime e isso ficou claro quando o órgão competente, o Ministério Público, afirmou que não há operação de crédito no Plano Safra e que não há sequer parecer do Tribunal de Contas sobre as questões orçamentárias de 2015.
O que se passa ali é tão somente um circo político, onde uma ambiciosa maioria alinhada – e aliciada – pelo presidente interino apenas afia a lâmina para a execução não de Dilma Rousseff, mas da legitimidade de quem recebeu o voto popular.
Que a política parlamentar no Brasil é um lixo desprezível, salvo cada vez mais raras exceções, todos sabemos.
Mas constrange ver o presidente da corte suprema presidindo um julgamento onde os próprios acusadores não têm com que sustentar aquilo com que acusam.
Está ali apenas para zelar que tudo seja formalmente “limpinho”.
Não é um juiz, apenas um rábula regimentalista.
Mas correm, apressam-se, agora por umas uma extraordinária razão: entregar a presidência a Michel Temer é livra-lo, até, de investigação criminal pelas denúncias de propinagem que estão, de forma fugaz, na imprensa que o apóia.
Francamente, o balé do golpe é repugnante demais e está além de qualquer discussão séria das razões apresentadas.