Não pretendo, neste post, ir além de uma simples observação inicial sobre os protestos realizados em pelos menos 10 cidades importantes dos Estados Unidos e em outras cidades menores, que se seguiram à vitória de Hilary Clinton no voto popular e sua derrota na soma dos votos no Colégio Eleitoral, que é quem, em realidade, escolhe o presidente da república naquele país. O objetivo deste post é, nesta fase, dividir com os leitores algumas dúvidas e passar algumas informações iniciais.
Minha primeira observação é que não se deve apostar em eventual divisão do Partido Republicano. A briga pelos cargos no governo Trump já está esquentando. A expectativa de diversos analistas é que Trump e sua base no Congresso acabem negociando a velocidade do retrocesso, uma forma de acomodação entre o retrocesso desejado por Trump e o retrocesso tradicionalmente pregado pelos Republicanos.
A segunda observação é sobre George Soros, ou melhor, sobre a organização afiliada ao grupo Soros, a MoveOn.org, com seus braços de Ação Política e de Ação Social. Trata-se, segundo o próprio site, de uma organização não partidária, com objetivo educacional e de advocacia em assuntos nacionais importantes para os Estados Unidos.
Apesar de declarar-se não partidária, participou ativamente da campanha eleitoral em oposição à eleição de Trump. Entre as diversas petições abertas no site da organização, consta:
- pela abolição do Colégio Eleitoral;
-
superdelegates: deixem os votantes decidirem;
-
apoie o movimento para parar Donald Trump;
A pauta de temas postos em discussão pela MoveOn.org e sua “Color Revolution” parece interessante. Dá ênfase no combate ao ódio, ao racismo, à xenofobia, à misoginia, ao fanatismo e à intolerância, ou seja, a tudo o que Trump e seus fanáticos representam.
Mas, confesso, fico me perguntando qual o interesse de Soros ao colocar dinheiro nesses projetos. Parece-me, à primeira vista, que seu interesse é controlar e domesticar os movimentos que estão brotando espontaneamente na sociedade civil.
Em nota à imprensa distribuída em 09/11, a MoveOn.org informou que ela e aliados estão organizando os protestos contra Trump e contra os retrocessos que sua eleição representa.
Leia, abaixo, a nota à imprensa:
“Americanos se reunirão em centenas de reuniões pacíficas de solidariedade, resistência e resolução após os resultados das eleições.
Centenas de americanos, dezenas de organizações, vão se reunir pacificamente fora da Casa Branca e em cidades e comunidades de todo o país para tomar uma posição contra a misoginia, racismo, islamofobia e xenofobia.
Hoje à noite, milhares de norte-americanos se reunirão em centenas de encontros pacíficos em cidades e cidades de todo o país, inclusive fora da Casa Branca, seguindo os resultados das eleições presidenciais de terça-feira.
Os encontros – organizados pela MoveOn.org e aliados – irão afirmar uma rejeição contínua do fanatismo, xenofobia, islamofobia e misoginia de Donald Trump e demonstrar nossa determinação de lutar juntos pela América que ainda acreditamos ser possível.
Em um período de duas horas do call-to-action, membros do MoveOn tinham criado mais de 200 encontros em todo o país, número que continua a crescer na tarde de quarta-feira”.
Não sei onde isto tudo vai dar. Mas sei que a direita “chique”, acostumada a comer o mingau quente pelas beiradas e utilizar de eufemismos e palavras suaves está assustada com a clareza das palavras e o “sincericídio” de Trump. Apoiam secretamente suas ideias, mas ficam chocados com a falta de modos de Trump.
Depois dos irmãos Koch, do Vem Pra Rua, do MBL e da FIESP, quem não se preocupa com estes bilionários interessados em “salvar” seus países e os países dos outros?