Não gosto de teorias conspiratórias. Por absoluta coerência. Se uma das minhas maiores críticas neste blog é o papel deletério exercido pela grande imprensa nacional que “topa tudo por dinheiro”, destruindo biografias e arruinando a vida de pessoas, com suposições, irresponsabilidade, ilações, mentiras e seletividade, não posso, por princípio, sem nenhuma informação, especular sobre o acidente aéreo que causou a morte de todos os passageiros e do piloto hoje, 19/01/2017, em Parati, no Rio de Janeiro.
Até este momento não está definido, com exatidão, nem o número nem a identidade das pessoas mortas no acidente. Então, está muito cedo para adiantar qualquer julgamento sobre o ocorrido.
Trata-se de um evento que causa perplexidade, embora já esteja, como outras mazelas destes tristes trópicos, tornando-se habitual. A morte de políticos, executivos e autoridades em viagens aéreas em dias de chuva, em aviões de pequeno porte, no Brasil, é uma triste realidade. Basta um pouco de memória.
Assim como abominei os comentários nas redes sociais sobre o acidente aéreo com morte do candidato presidencial Eduardo Campos, entendo que não convém alimentar teorias conspiratórias.
Teoria conspiratória é o que menos precisamos neste país perdido e sequestrado.
Temos, já, crises e mazelas suficientes para dar conta e tentar construir um país habitável, justo.
Hoje temos um país insalubre para pessoas éticas, com sensibilidade social.
Temos uma nação partida, perigosa para os vulneráveis, que morrem ou têm suas vidas destruídas em motins, epidemias, deslizamentos, enxurradas e rompimento de barragens, mas igualmente perigosa para os veneráveis, com a queda de aviões de mais de um milhão de dólares, sequestros-relâmpago ou bala perdida.
É necessário investigar com cuidado, seriedade e transparência as causas do acidente. E cobrar informações fidedignas.
Eu me preocupo muito mais com o novo ministro a ser nomeado pelos super-citados presidente usurpador e seus ministros implicados e com o novo relator a ser indicado para os processos da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal.
O falecido ministro Teori Zavascki tinha uma importância enorme como relator da Lava-Jato, especialmente pelo número e relevância dos políticos com foro privilegiado e cargos de presidentes e ministros no Poder Executivo e, em especial, no Poder Legislativo, arrolados no processo. Circulou a informação que o ministro era responsável por um grande número de processos, sendo que mais de cem estariam protegidos por sigilo.
Quanto à queda do avião, por enquanto, eu não acho nada. Sigo observando, atento. Recomenda-se prudência.