Observando a euforia da mídia mercenária – aquela que vende suas capas e primeiras páginas por qualquer interesse mesquinho – com a anunciada privatização da Eletrobrás a ser perseguida pelo Governo Temer, lembrei-me do fracasso que foi a privatização do setor elétrico na Argentina, do choque tarifário com aumentos de 200 a 600% autorizado pelo presidente Macri e da euforia dessa imprensa nacional com os aumentos de preços e tarifas prometidos por este neoliberal adorado pelos bancos e aves de rapina do capitalismo internacional.
Na época, em janeiro de 2016, publiquei um artigo neste blog questionando o papel dessa mídia mercenária em relação ao novo governo argentino. Essa mídia filtrava as informações que vinham daquele país, torcendo fatos e transformando esterco em ouro, como bons alquimistas que são. No caso, transformavam aumentos de 200 a 600% nas contas de energia elétrica em algo muito positivo, esquecendo-se, propositalmente, dos impactos nefastos desses aumentos na vida das pessoas.
Leia o artigo aqui: http://wp.me/p5ihlY-13o
No passado, o Brasil e a Argentina revezam-se em suas crises, políticas e econômicas. Este fato ficou conhecido como ‘Efeito Orloff”, referindo-se a uma publicidade de vodka que alertava o consumidor sobre a importância de se escolher a bebida certa para evitar uma ressaca no dia seguinte: “eu sou você amanhã “.
O ministro das Minas e Energias do Brasil, que não entende nada de nada, afirmou em entrevista que o objetivo da venda do controle acionário da Eletrobrás é eliminar os prejuízos, ou seja, conseguir gerar lucro na Eletrobrás, para que esta empresa possa pagar dividendos ao governo federal. Questionado, o “sábio” ministro declarou que os preços de energia elétrica seriam reduzidos com a privatização. Não conseguiu explicar como.
Os mercados – a Bolsa de Nova York e de São Paulo – reagiram eufóricos e os preços das ações da Eletrobrás dispararam em função da possibilidade de comprar uma empresa na bacia das almas, a preço de liquidação, vendida por um governo desesperado para alienar todo o patrimônio público antes que os letárgicos cidadãos deste país acordem.
Anotem. Na política, na economia e nas tarifas de energia elétrica, será a temida volta do “Efeito Orloff”.