Ou se preferirem, sobre o avanço da barbárie.
E, uma discussão entre mulheres, uma atribuía culpa ao capitão reformado pelos comentários machistas de um rapaz em relação à uma colega, enquanto outra, em resposta, achava que não esses fatos não tinham relação.
As mulheres, principalmente elas, menosprezadas pelo capitão, deveriam ser as primeiras a observar a onda conservadora que vem tomando conta do imaginário social no Brasil. O movimento das mulheres norte-americanas pelo direito ao voto começou em 1840 e só alcançou resultado oitenta anos depois, em 1920, com uma emenda à Constituição daquele país.
Em meu blog dialogosessenciais.com há um relato cronológico dos avanços e retrocessos nessa luta. Em alguns períodos, as próprias mulheres situadas nas mais altas camadas da sociedade americana, conservadoras, militaram contra o movimento de emancipação das mulheres. Antes de conseguir o direito ao voto, passo ainda pequeno, as mulheres tiveram que conseguir acesso ao direito de contratar, pagar e receber.
Bolsonaro, ou o caldo de cultura do qual ele é o mais proeminente representante, confundindo ser homem com ser machista, já fez comentários que desqualificam as mulheres e, em especial, contra as mulheres com jornada dupla: mães e profissionais.
Se os demais políticos citados são machistas em algum grau, e não duvido que sejam, somente Bolsonaro faz desse machismo uma bandeira e motivo de orgulho.
Basta verificar o papel relevante de Alexandre Frota na campanha do capitão reformado e visitar as redes sociais de muitos dos seus seguidores.
Por outro lado, tenho quase certeza que Ciro e Haddad, para citar os outros dois políticos ainda com chances na campanha presidencial, se acusados de serem machistas, sentir-se-iam constrangidos e não orgulhosos.
O ambiente sociológico brasileiro atual aponta para um conservadorismo latente que, pouco a pouco, encorajado pelos arautos do retrocesso pretendem colocar as mulheres de volta em um cercadinho.
Um amigo meu de longa data disponibilizou hoje, em sua linha de tempo na internet, a cópia de uma página de um passaporte feminino de 1952. Nele estava carimbado pela Polícia Federal que o marido dela autorizava sua viagem ao exterior e, pasme, seu retorno ao Brasil.
Comparar uma mulher a uma vaca é, no mínimo, degradante. E tem muito a ver, sim, com o tempo de retrocesso e barbárie que ensaia retorno ao país, que nem civilizado chegou a ser. Bolsonaro comparou, há pouco tempo, um ser humano a um animal – pesado em arrobas, conforme suas (dele) palavras. Se ele pode, se seus seguidores podem, se o politicamente civilizado saiu de moda, o espaço para retrocesso e perseguição aos grupos que lutam por identidade e reconhecimento – negros, pobres, homossexuais, gordos, deficientes, comunistas, perdedores do jogo econômico, vagabundos, pacifistas, defensores dos direitos humanos – fica perigosamente aberto. Então, é necessário, sim, apontar estes deslizes de quem menos se espera – de jovens educados, com boa formação acadêmica, que eu suponho ser o caso do rapaz que fez o lamentável comentário. Se o machismo se banaliza nos estratos médios e altos da sociedade com nossa condescendência, imaginem o estrago que esses exemplos poderão fazer nas pessoas situadas na base da pirâmide social, sequestradas pelas religiões neopentecostais. Imaginem o efeito dessa nova onda conservadora contra as mulheres que não sejam belas, recatadas e do lar, nem evangélicas ou tementes a Deus. Paz e amor. que não tinha nenhuma relação com Bolsonaro pois Lula e Ciro são igualmente machistas. Como um machista em recaída meti meu nariz onde não fui chamado e escrevi o comentário abaixo. Ando indignado com a interpretação de certos segmentos, em de certos candidatos, que o movimento das mulheres, #elenão. I
As mulheres, principalmente elas, menosprezadas pelo capitão, deveriam ser as primeiras a observar a onda conservadora que vem tomando conta do imaginário social no Brasil. O movimento das mulheres norte-americanas pelo direito ao voto começou em 1840 e só alcançou resultado oitenta anos depois, em 1920, com uma emenda à Constituição daquele país. Em meu blog dialogosessenciais.com há um relato cronológico dos avanços e retrocessos nessa luta. Em alguns períodos, as próprias mulheres situadas nas mais altas camadas da sociedade americana, conservadoras, militaram contra o movimento de emancipação das mulheres. Antes de conseguir o direito ao voto, passo ainda pequeno, as mulheres tiveram que conseguir acesso ao direito de contratar, pagar e receber. Bolsonaro, ou o caldo de cultura do qual ele é o mais proeminente representante, confundindo ser homem com machismo, já fez comentários que desqualificam as mulheres e, em especial, contra as mulheres com jornada dupla: mães e profissionais. Se os demais políticos citados são machistas em algum grau, e não duvido que sejam, somente Bolsonaro faz desse machismo uma bandeira e motivo de orgulho. Basta verificar o papel relevante de Alexandre Frota na campanha do capitão reformado e visitar as redes sociais de muitos dos seus seguidores. Por outro lado, tenho quase certeza que Ciro e Haddad, para citar os outros dois políticos ainda com chances na campanha presidencial, se acusados de serem machistas, sentir-se-iam constrangidos e não orgulhosos. O ambiente sociológico brasileiro atual aponta para um conservadorismo latente que, pouco a pouco, encorajado pelos arautos do retrocesso pretendem colocar as mulheres de volta em um cercadinho.
Um amigo meu de longa data disponibilizou hoje, em sua linha de tempo na internet, a cópia de uma página de um passaporte feminino de 1952. Nele estava carimbado pela Polícia Federal que o marido dela autorizava sua viagem ao exterior e, pasme, seu retorno ao Brasil.
Comparar uma mulher a uma vaca é, no mínimo, degradante. E tem muito a ver, sim, com os tempos de retrocesso e barbárie que ensaia retorno ao país, que nem civilizado chegou a ser.
Bolsonaro comparou, há pouco tempo, um ser humano a um animal – pesado em arrobas, conforme suas (dele) palavras. Se ele pode, se seus seguidores podem, se o politicamente civilizado saiu de moda, o espaço para retrocesso e perseguição aos grupos que lutam por identidade e reconhecimento – negros, pobres, homossexuais, gordos, deficientes, comunistas, perdedores do jogo econômico, vagabundos, pacifistas, defensores dos direitos humanos – fica perigosamente aberto. Então, é necessário, sim, apontar estes deslizes de quem menos se espera – de jovens educados, com boa formação acadêmica, que eu suponho ser o caso do rapaz que fez o lamentável comentário.
Se o machismo se banaliza nos estratos médios e altos da sociedade com nossa condescendência, imaginem o estrago que esses exemplos poderão fazer nas pessoas situadas na base da pirâmide social, sequestradas pelas religiões neopentecostais.
Imaginem o efeito dessa nova onda conservadora contra as mulheres que não sejam belas, recatadas e do lar, nem evangélicas ou tementes a Deus. Paz e amor.