Categoria: MÚSICA
Compartilho excelente material do site violaobrasileiro.com, de autoria de Jorge Carvalho de Mello, sobre Paulinho Nogueira.
No final do artigo tem um link para um depoimento de Paulinho Nogueira e Toquinho.
Neste blog, em outro post, tem um vídeo com Paulinho Nogueira cantando Simplesmente.
Paulo Martins
Paulinho Nogueira
Nascimento
8 de Outubro de 1929
Falecimento
2 de Agosto de 2003
Naturalidade
Campinas (SP)
Grande estilista do violão, o autor de Menina e Bachianinha 1 é inventor da craviola, utilizada por Jimmy Page, e do famoso método
Por JORGE CARVALHO DE MELLO
Violonista, compositor, cantor e professor, Paulinho Nogueira é um grande estilista do violão, com uma maneira autêntica de tocar – muito suave e utilizando a polpa dos dedos da mão direita sem ataque de unha. Autor de sucessos como Menina e Bachianinha nº 1, é também o inventor da craviola, instrumento de 12 cordas de aço, que fez sucesso até fora do Brasil, utilizada por Jimmy Page, em músicas como Tangerine, do disco Led Zeppelin III.
O violonista escreveu ainda o famoso Método Paulinho Nogueira para Violão e Outros Instrumentos de Harmonia, considerado marco em termos de publicações para ensino de violão, desde o final da década de 1960 até meados dos anos 1980.
Família
Paulinho Nogueira nasceu em família muito musical. O avô, uma das primeiras pessoas em Campinas a ter vitrola e rádio, promovia memoráveis saraus em casa. Por diversas vezes, ainda menino, ouvia embevecido a pianista Guiomar Novaes. O pai tocava violão por música, interpretando peças de Barrios e Tárrega.
Os irmãos mais velhos, Celso e João, também tocavam violão. Nada mais natural que o garoto também se interessasse pelo instrumento. O irmão João Mendes Nogueira, foi-lhe o primeiro ídolo: advogado, pintor, escultor, poeta, folclorista e violonista, exerceu grande influência sobre Paulinho e lhe deu as primeira noções de violão quando ele tinha 11 anos.
Com João, Paulinho aprendeu desde as primeiras posições básicas no manejo do instrumento até algumas técnicas inovadoras – como a de usar o dedo indicador da mão direita com a mesma função dos dedos da mão esquerda, recurso que utilizaria amplamente em gravações futuras.
Formação
Percebendo a aptidão do filho para o instrumento, a mãe lhe arranjou um professor que lhe ensinasse violão por música. O escolhido foi Alfredo Scupinari, um professor de grande prestígio, que logo percebeu: Paulinho, apesar do enorme talento musical, não tinha a disciplina necessária para o estudo do violão por música. Foram três ou quatro meses de estudo, algumas valsas aprendidas e nada mais.
Durante esse período de incerteza, Paulinho se dedicou intensamente a outra paixão: o desenho. Pouco tempo depois, passou a integrar o grupo vocal Cacique, dirigido pelo outro irmão, Celso Mendes, conjunto nos moldes do Bando da Lua e Anjos do Inferno.
Com este grupo, do qual participava também Bob Nelson, apresentou-se em rádios e clubes de Campinas. Por volta de 1947, o jovem violonista formou o próprio conjunto, Os Príncipes Vocalistas, que se apresentava pela região e no qual Paulinho fazia apenas acompanhamentos e solos de violão.
Desenho e boate
Em 1952 mudou-se para São Paulo, onde passou a trabalhar como desenhista e também como violonista, apresentando-se na boate Itapoã e tocando nas rádios Bandeirantes e Gazeta. Em 1956 faz temporada no Bar Michel, em São Paulo, ao lado de Johnny Alf, e mereceu elogios de Fernando Lobo e Stanislaw Ponte Preta (Última Hora, 22/05/1956 – página 3, 2º caderno). Nessa época já possuía grande prestigio, sendo identificado como um ´violonista moderno´.
Em 1997, eu o entrevistei e perguntei sobre as influências que havia tido, Paulinho Nogueira respondeu:“O único ídolo que tive e que foi assim uma influência direta foi o Garoto (Anibal Augusto Sardinha). Eu escutava muito um programa na Rádio Nacional das 12h às 13h, logicamente ao vivo. Eu gostava muito de futebol, mas se fosse no horário do programa do Garoto, eu largava tudo e ia ouvir. Foi através do Garoto que comecei a perceber as possibilidades que o violão tem. Eu ouvia o programa dele já com o violão na mão. Conforme o acorde que ele fazia lá, eu procurava aqui. Ele me abriu um caminho enorme e a partir daí fui me modernizando”.
O primeiro disco, A Voz do Violão, gravado em 1958 pela Columbia, e lançado no ano seguinte, trazia o repertório que provavelmente Paulinho Nogueira tocava nas boates de São Paulo: eclético, o disco mistura hits americanos como All Things You Are e I Love Paris com Casinha Pequenina, Luar do Sertão e Índia.
A partir do segundo disco, até o quinto, todos pela RGE, Paulinho Nogueira toca repertório estritamente nacional, mesclando novas composições (bossa nova, principalmente) e antigas, incluindo também canções de autoria dele, como Menino Desce Daí, que fez grande sucesso nessa época.
Essa tentativa de conciliar o tradicional com o moderno esteve sempre presente na obra de Paulinho Nogueira. O sétimo disco, O Fino do Violão (1965), alude ao programa O Fino da Bossa, apresentado por Elis Regina na TV Record, do qual participou diversas vezes.
Craviola
Em 1969 começa a surgir o novo som de Paulinho Nogueira, por meio do disco Um Festival de Violão, onde se apresenta tocando novo instrumento: a craviola. Ele mesmo, com o talento de desenhista, projetou este “violão diferente”, que quebrava a simetria das curvas do violão tradicional – na parte de cima é como um alaúde e, na parte de baixo, um violão tradicional. Não são mais 6 cordas simples, e sim 6 cordas duplas (ou 12 cordas).
O disco foi um sucesso. O novo instrumento, também. Passou a ser fabricado em série pela Giannini e ganhou ilustres adeptos, como Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin, e o violonista Luiz Bonfá. Com este último houve incidente curioso. Assim como Paulinho Nogueira se reinventou com a craviola em 1969, Bonfá, que estava radicado nos Estados Unidos, fez o mesmo no ano seguinte com o disco The New Face of Bonfá, em que lançava um novo instrumento também chamado craviola.
Na mesma entrevista de 1997, Paulinho Nogueira se manifestou sobre a questão: “Um dia abro a revista O Cruzeiro, com duas ou três paginas sobre o Bonfá, ele na foto com uma craviola, e, no texto, dizendo: ‘Bonfá vem ao Brasil lançar sua craviola’. Eu fui para vários jornais, televisão, em São Paulo, no Rio e em Curitiba… depois ficou tudo esclarecido, o Bonfá é um cara fino, educado e inteligente. Uma vez ele foi lá em casa e nós tocamos, ele solando e eu acompanhando. Foi uma das melhores noites que passei.”
As manchetes nos jornais da época traduziram essa polêmica: “A craviola é minha” – Diário da Noite, 17/02/1972, e Violonistas disputam a craviola – Jornal do Brasil, 08/02/1972. O que mais incomodou Paulinho Nogueira nessa história foi o fato de seu nome, como inventor do instrumento, inclusive já patenteado e com vendas inclusive para o exterior, não ter sido citado por Bonfá nessa matéria publicada em O Cruzeiro.
Método
Um marco importante dessa época é o Método Paulinho Nogueira para Violão e Outros Instrumentos de Harmonia, lançado em 1968 – que representou, por muito tempo, o que de mais moderno existia no ensino do violão popular no Brasil. Tanto que fez um sucesso extraordinário, merecendo várias reedições, e coroou o esforço do grande professor de violão que era.
Mestre de violão desde o final dos anos 1950, Paulinho Nogueira teve em Toquinho o principal aluno.
Outro trabalho importante no campo da didática lançado por Paulinho Nogueira foi a fita em VHS Violões em Harmonia, trabalho pioneiro lançado em 1990, e que teve como sequência a série Solos de Violão.
Outros LPs
O disco Dez Bilhões de Neurônios, lançado em 1972, pode ser considerado de vanguarda. Fugia inteiramente ao padrão dos anteriores. Tematica de letra, estilo de musica mais moderna (por qual motivo?) O LP Moda de Craviola, de 1975, também apresenta algumas ousadias e abre espaço para o sobrinho Stenio Mendes executar na craviola a composição Linhas Tortas (autoria de Stenio).
O lançamento seguinte, Antologia do Violão, de 1976, traz novamente o moderno e o tradicional em absoluta convivência pacífica: Garoto, Bonfá, Laurindo de Almeida, Toquinho, Baden, Rosinha de Valença e o próprio Paulinho Nogueira, lado a lado com o tradicionalismo de Dilermando Reis, Americo Jacomino, João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense. (Nesse disco, um dos mais importantes da carreira, tem-se uma visão panorâmica do violão brasileiro).
Paulinho Nogueira produziu muitos trabalhos autorais, principalmente em músicas cantadas – nas quais os destaques são Paulinho Nogueira Canta suas Composições (1970), Dez Bilhões de Neurônios, Voz e Violão (1977), Nas Asas do Moinho (1978) e Água Branca (1983). Na parte instrumental pode-se destacar Moda de Craviola (1975) e, principalmente, Tons e Semitons, de 1986 – com este último trabalho foi lançou simultaneamente um livro com as partituras que, posteriormente, foi editado pela prestigiosa Guitar Solo Publications (GSP).
Menina
As composições cantadas de Paulinho Nogueira fizeram grande sucesso, principalmente Menina, destaque na trilha sonora da novela Irmãos Coragem, apresentada pela TV Globo em 1970. Também se tornaram muito populares Simplesmente, Menino Desce Daí e Um Bilhão de Neurônios.
Paulinho Nogueira dedicou dois discos a compositores por quem nutria grande admiração: Tom Jobim e Chico Buarque. Em 1981 lançou o LP Retrospectiva Tom Jobim, com 11 músicas. É delicado eleger as melhores faixas, todas em arranjos incríveis. Mas podemos citar Olha Maria para dois violões. Sobre a obra de Chico Buarque, deteve-se na primeira parte da obra do autor, a que tem melodias mais líricas, e produziu o CD Chico Buarque – Primeiras Composições, lançado pela Trama em 2002.
Paulinho Nogueira produziu ao longo da carreira mais de 60 composições e teve parceiros importantes como Paulo César Pinheiro, nas músicas Catarina e Violão de Madeira; Paulo Vanzolini em Boneca e Valsa das Três da Manhã; e Toquinho e Vinicius de Moraes em Choro Chorado para Paulinho Nogueira.
Arranjos originais
Como violonista, pode-se dizer que Paulinho Nogueira destacou-se pela originalidade dos arranjos. As execuções musicais que praticava eram únicas, tanto pelos arranjos como pela técnica toda própria, na qual lançava mão de recursos pouco usuais, como o uso do indicador da mão direita como se fora um dedo a mais da mão esquerda. Tocava “sem unha” e, além disso, devido ao posicionamento da mão direita, muito encurvada – como se pode observar em vídeos disponíveis no You Tube, fazia do som assim obtido uma característica totalmente pessoal.
Em 1991, Paulinho Nogueira participou do Festival Internacional de Violão em Nápoles, Itália. No ano seguinte, atuou no evento Guitars in Concert, ao lado dos guitarristas Joe Pass, americano com ascendência italiana (Guiseppe Passalacqua) e os argentinos Jorge Morel e Gianni Palazzo. Depois se apresentaram em 18 de maio em Milão; 19 em Florença; 20 em Perugia; 22 em Bolonha; 25 em Nápoles; e 28, em Roma. Ainda em 1992, gravou grava pela Movieplay o CD Late Night Guitar, The Brazilian Sound of Paulinho Nogueira.
Em 1993 participou do projeto Instrumental no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), juntamente com Sebastião Tapajós, Mauricio Einhorn e Gilson Peranzetta, o que resultou em CD produzido pela Tom Brasil. Três anos depois, pelo mesmo selo, lançou o CD Brasil Musical – Paulinho Nogueira, Alemão e Zezo.
(Das 15 faixas do CD, Paulinho Nogueira executa, sozinho, as nove primeiras; cabe à dupla de violonistas Alemão e Zezo as seis restantes. Na ficha técnica é omitida a faixa Da Cor do Pecado, de Bororó, a segunda música a ser apresentada).
Parceria com Toquinho
Em 1999, Paulinho Nogueira lançou o CD Reflections pela gravadora americana Malandro Records, na série Legends of Brazil. Nesse mesmo ano, em parceria com Toquinho, grava pela Movieplay, o CD Sempre Amigos, no qual interpreta, e tocam conjuntamente, 13 canções, entre as quais, Samba em Prelúdio, de Baden Powell e Vinícius de Moraes e Choro Chorado pra Paulinho Nogueira, de Toquinho, Vinicius de Moraes e Paulinho Nogueira.
Situação bem distinta da que ocorreu com o LP Sempre Amigos, de Paulinho Nogueira e Toquinho, gravado pela Arlequim em 1980, em que eles gravaram as musicas separadamente. No texto da contracapa, Paulinho diz: Foi com satisfação que encarei a ideia da Arlequim de reunir num mesmo LP, faixas minhas e do Toquinho, mesmo tendo sido gravadas com cada um isoladamente. Apesar da impossibilidade, no momento, de fazermos um disco tocando juntos, pretendemos um dia concretizar efetivamente essa ideia, que alias já é bem antiga. Este projeto foi realizado quase no apagar das luzes para Paulinho, que nos deixou em 02 de agosto de 2003, em consequência de um infarto.
Métodos e livros:
Método Paulinho Nogueira para Violão e Outros Instrumentos de Harmonia (1968)
Violões em Harmonia (Fita em VHS) (1990)
Sons e Semitons – livro de partituras (1986)
Discografia:
LPs:
1) A voz do violão (1959)
2) Brasil, violão e sambalanço (1960)
3) Sambas de ontem e de hoje (1961)
4) Outros sambas de ontem e de hoje (1962)
5) Mais sambas de ontem e de hoje (1963)
6) A nova bossa é violão (1964)
7) O fino do violão (1965)
8) Sambas e marchas da nova geração (1967)
9) Paulinho Nogueira (1967)
10) Um festival de violão (1969) (o novo som de Paulinho Nogueira)
11) Paulinho Nogueira canta suas composições (1970)
12) Dez bilhões de neurônios (1972)
13) Violão e samba (1973)
14) Simplesmente (1974)
15) Moda de craviola (1975)
16) Antologia do violão (1976)
17) Paulinho Nogueira, voz e violão (1977)
18) Nas asas do moinho (1978)
19) Tons e semitons (1986)
CDs
1) Late night guitar, the brazilian sound of paulinho nogueira (1992)
2) Brasil musical – paulinho nogueira, alemão e zezo (1993)
3) Reflections (1999)
4) Chico Buarque – Primeiras composições (2002)
BIBLIOGRAFIA
Enciclopédia da Música Brasileira: Erudita, Folclórica e Popular. São Paulo, Art Editora, 1977)
Violões do Brasil, organização Myriam Taubkin. Edições Sesc São Paulo, 2007).
Depoimento de Paulinho Nogueira e Toquinho no YouTube (http://youtu.be/MbvnpaFgDkY)
Deixe a menina, Chico Buarque de Holanda
Não é por estar na sua presença, meu prezado rapaz
Mas você vai mal, mas vai mal demais
São dez horas, o samba tá quente
Deixa a morena contente
Deixe a menina sambar em paz
Eu não queria jogar confete, mas tenho que dizer
“Cê” tá de lascar, “cê” tá de doer
E se vai continuar enrustido com essa cara de marido
A moça é capaz de se aborrecer
Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher, mil homens, sempre tão gentis
Por isso, para o seu bem, ou tira ela da cabeça
Ou mereça a moça que você tem
Não sei se é pra ficar exultante, meu querido rapaz
Mas aqui ninguém o aguenta mais
São três horas, o samba tá quente
Deixa a morena contente
Deixe a menina sambar em paz
Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher, mil homens, sempre tão gentis
Por isso, para o seu bem, ou tira ela da cabeça
Ou mereça a moça que você tem
Não é por estar na sua presença, meu prezado rapaz
Mas você vai mal, mas vai mal demais
São seis horas, o samba tá quente
Deixa a morena com a gente
Deixa a menina sambar em paz.
Desculpe, leitores, não resisti. A intenção não é fazer um comentário preconceituoso, mas um posicionamento político contra um usurpador que vive uma vida artificial e vai colocar nosso país de joelhos.
Novo site proporciona viagem musical no tempo e no espaço
Novo site proporciona viagem musical no tempo e no espaço.
Compartilho artigo da dw.com.
Basta escolher um país e uma década, e deixar a música rolar através de uma plataforma parecida com uma máquina do tempo. Na plataforma radiooooo.com, usuários podem cavar tesouros musicais de hoje e de ontem.
O site radiooooo.com tem uma concepção bem simples, apresentando um mapa-múndi com uma linha cronológica logo abaixo. Após escolher um país e uma década entre 1900 e “agora”, o usuário está pronto a embarcar numa viagem musical no tempo – da bossa nova brasileira da década de 1960 à música o Congo na época em que era colônia da Bélgica; de canções populares russas de 1920 a sucessos atuais do Canadá.
A plataforma é uma verdadeira ilha encantada para os caçadores de tesouros musicais, já que o universo da world music é aparentemente inesgotável. Mesmo para os fãs ardorosos do violonista brasileiro João Pernambuco (1883-1947), o combo E. T. Mensah & The Tempos, de Gana, é possivelmente inédito. E quem já ouviu falar da banda Yalla, do Uzbesquistão, ou da sul-africana Die Antwoord?
Mil possibilidades de escolha – para quem quiser
O DJ francês Benjamin Moreau teve a ideia inicial para o ambicioso projeto ao entrar no carro oldtimer de seu pai: ele se deixou escorregar nos assentos de couro vermelho, acariciou amorosamente o volante.
Mas, ao ligar o antigo aparelho de rádio, as batidas de música tecno o arrancaram violentamente de sua nostalgia. Assim nasceu o impulso para criar uma máquina do tempo musical.
Moreau realizou o projeto junto com amigos, todos DJs e amantes da música. Alguns anos antes, à procura de uma identidade musical própria para o frequentado clube parisiense Le Baron, eles haviam acumulado uma grande discoteca de “música do mundo”, incluindo os mais diversos gêneros e países.
Para reunir o capital inicial, recorreram ao sistema de crowdfunding Indiegogo – uma plataforma de financiamento coletivo onde startups, artistas, pequenos empresários e comunidades criativas apresentam seus projetos, convidando os visitantes a contribuírem. Alguns realizadores retribuem cada doação com um brinde, seja o CD da produção musical ou um ingresso para o preview do filme financiado.
Mil possibilidades de escolha – para quem quiser.
Normalmente, o rádio é o contrário de um meio interativo. A emissora decide a programação, e o ouvinte tem a opção de ficar sintonizado, mudar de estação ou desligar o aparelho, sem possibilidade de escolher ou de realizar buscas por gêneros musicais ou artistas preferidos.
Para Moreau e seus amigos, é justamente essa relação relaxada que constitui o encanto especial do rádio: em seu “laboratório” – como define o site – os ouvintes deles podem se recostar e simplesmente se deixar levar pelos mundos musicais de 11 décadas.
Na prática, porém, radiooooo.com implica um certo grau de interatividade: além de definir a época e o país, o usuário pode escolher um ou mais estilos, entre slow (lento), fast (rápido) e weird (esquisito). A partir daí, a plataforma se encarrega de gerar a playlist.
No modo “táxi”, o usuário seleciona um grupo de países e décadas por queira ser livremente transportado. Além disso, o mapa possui ilhas secretas, como a “Neverland”, para crianças pequenas e grandes; a “Lazyland”, para que têm preguiça de fazer descobertas. As “Discovery Islands” incluem todas as canções recém-adicionadas à plataforma. E a “Fornication Island” se propõe como apoio certeiros para os encontros românticos.
As músicas podem ser compartilhadas, curtidas, postadas ou compradas. Além disso a audioteca está em expansão, pois qualquer usuário pode contribuir, também carregando novas músicas. Moreau explica: “É mais fácil um cazaque de 65 anos apontar o melhor da música da década de 50 no seu país, do que para um francês na casa dos 30.”
A quem interessar possa: enquanto escrevia este artigo, o autor empreendeu uma viagem musical pela Guiné Equatorial, Brasil, México, Jamaica, Cuba, Espanha, Uzbequistão, Congo, Gana, Índia, Rússia, Canadá e Coreia do Norte. Não de avião ou navio, claro, mas com a máquina do tempo digital da radiooooo.com.
Banda BeachCombers !!!
O importante é que nossa emoção sobreviva, Paulo César Pinheiro e Eduardo Gudin
E faz nossa força se agigantar ….
Nos barracos da cidade, Gilberto Gil
Congênito, Luiz Melodia
Quem foi que inventou o Brasil
Franklin Martins publicou o livro “Quem foi que inventou o Brasil? e criou um site com mais de mil e cem músicas. Apresento o link para o site e um texto do site com informações sobre os livros – serão três volumes – e sobre as músicas.
http://quemfoiqueinventouobrasil.com/
O livro “Quem foi que inventou o Brasil?”, de Franklin Martins, reúne mais de mil e cem canções que contam a história da República de 1902 a 2002. Os três volumes da obra trazem informações sobre cada uma das músicas garimpadas e situam historicamente os fatos, personagens e costumes políticos a que elas se referem. As íntegras das letras também estão disponíveis no livro.
As canções podem ser ouvidas aqui neste site. Estão na íntegra: a) as gravações que já se encontram em domínio público; b) aquelas produzidas por campanhas políticas, partidos, sindicatos, organizações sociais etc; c) os fonogramas em que os detentores dos direitos autorais autorizaram seu uso neste espaço. No caso das demais canções, o ouvinte/leitor tem acesso a um pequeno trecho, como autoriza a Lei.
Se você é titular de direitos autorais sobre alguma obra reproduzida na íntegra e deseja pedir sua exclusão, entre em contato com o site através do “Fale conosco”. Se você é titular de direitos sobre alguma obra reproduzida parcialmente e deseja autorizar sua reprodução na íntegra, entre em contato com o site também através do “Fale conosco”.
A navegação é muito simples. Pode ser feita de duas maneiras. A primeira segue a estrutura do livro por volumes e capítulos. Cada capítulo traz as canções que correspondem a seus verbetes. O mesmo procedimento vale para os anexos de cada capítulos.
A segunda forma de navegação é por busca livre. Para chegar à gravação, basta digitar o nome do título, do autor ou do intérprete.
Down no High Society, Elis Regina
Na crise de abstinência pelo poder, tem gente da “high society’ viajando para arranjar encrenca no país dos outros … tem presidente de empresa multinacional preso … tem pastor milionário sendo aconselhado a procurar “aves” … é, está mesmo down, down, no high society … só debochando …
Ouça a música de Elis Regina:
BBKing – Sweet Little Angel
Clique no link e assista ao vídeo:
Fast Car – Tracy Chapman
You got a fast car
I want a ticket to anywhere
Maybe we make a deal
Maybe together we can get somewhere
Any place is better
Starting from zero got nothing to lose
Maybe we’ll make something
Me myself I got nothing to prove
You got a fast car
I got a plan to get us out of here
I’ve been working at the convenience store
Managed to save just a little bit of money
Won’t have to drive too far
Just cross the border and into the city
You and I can both get jobs
And fin’lly see what it means to be living
See my old man’s got a problem
He lives with the bottle that’s the way it is
He says his bodys too old for working
I say his bodys too young to look like his
My mama went off and left him
She wanted more from life than he could give
I said somebodys got to take care of him
So I quit school and that’s what I did
You got a fast car
Is it fast enough so we can fly away
We gotta make a decision
We leave tonight or live and die this way
I remember when we were driving driving in your car
Speed so fast I felt like I was drunk
City lights lay out before us
And your arm felt nice wrapped round my shoulder
And I had a feeling that I belonged
And I had a feeling I could be someone, be someone, be someone
You got a fast car
We go cruising to entertain ourselves
You still ain’t got a job
And I work in the market as a checkout girl
I know things will get better
You’ll find work and I’ll get promoted
We’ll move out of the shelter
Buy a bigger house and live in the suburbs
I remember we were driving driving in your car
Speed so fast I felt like I was drunk
City lights lay out before us
And your arm felt nice wrapped round my shoulder
And I had a feeling that I belonged
And I had a feeling I could be someone, be someone, be someone
You got a fast car
I got a job that pays all our bills
You stay out drinking late at the bar
See more of your friends than you do of your kids
I’d always hoped for better
Thought maybe together you and me’d find it
I got no plans I ain’t going nowhere
So take your fast car and keep on driving
I remember when we were driving driving in your car
Speed so fast I felt like I was drunk
City lights lay out before us
And your arm felt nice wrapped round my shoulder
And I had a feeling that I belonged
And I had a feeling I could be someone, be someone, be someone
You got a fast car
But is it fast enough so you can fly away
You gotta make a decision
You leave tonight or live and die this way
Talking About a Revolution – Tracy Chapman
Don’t you know, talking about a revolution
Sounds like a whisper
Don’t you know, talking about a revolution
Sounds like a whisper
While they’re standing in the welfare lines
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Wasting time in unemployment lines
Sitting around waiting for a promotion
Don’t you know, talking about a revolution
sounds like a whisper
Poor people are gonna rise up
And get their share
Poor people are gonna rise up
And take what’s theirs
Don’t you know you better run, run, run,
run, run, run, run, run, run, run, run,
run, run
Oh I said you better run, run, run, run,
run, run, run, run, run, run, run, run, run
Finally the tables are starting to turn
Talking about a revolution
Finally the tables are starting to turn
Talking about a revolution oh no
Talking about a revolution oh no
While they’re standing in the welfare lines
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Wasting time in unemployment lines
Sitting around waiting for a promotion
Don’t you know you’re talking about a revolution
It sounds like a whisper
And finally the tables are starting to turn
Talking about a revolution
Finally the tables are starting to turn
Talking about a revolution oh no
Talking about a revolution oh no
Talking about a revolution oh no
Mais Uma Vez – Renato Russo
You’ve got a friend – Carole King
Do it – Lenine
Volver a Los 17 – Vídeo histórico
CÁLICE – Chico Buarque e Milton Nascimento
O SAL DA TERRA – Beto Guedes
Leia a letra e veja o vídeo, logo abaixo.
Anda! Quero te dizer nenhum segredo
Falo nesse chão, da nossa casa Vem que tá na hora de arrumar…
Tempo! Quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante Nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo
Prá banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver…
A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da…
Terra! És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã
Canta! Leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que és do homem, a maçã…
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois…
Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra