Morte, de Cândido Portinari

Destaque

Na ditadura iniciada com o golpe de 1964 o jornal O Pasquim esteve durante um longo período submetido a censura prévia. O objetivo era amordaçá-lo. Ao final do regime ditatorial, foi retirado da censura prévia. A expectativa dos órgãos de repressão era que o jornal fizesse uma espécie de auto-censura. O Pasquim passou a trazer um selo informando que o jornal estava, naquele momento, sem censura prévia. Servia como um sinal de que, se o selo desaparecesse, seria porque o jornal voltou a ser previamente censurado.

Estou criando, hoje, um post para indicar que a democracia no Brasil morreu em 31/08/2016, quando o Senado Federal resolveu golpeá-la colocando um presidente ilegítimo no lugar da presidente eleita. Trata-se do quadro Morte, de Cândido Portinari, grande artista nacional. Pretendo deixar este post fixado na página principal deste blog, até que tenhamos eleições diretas legítimas e seus resultados sejam respeitados.

Obrigado, Fernando Almeida, pela foto e pela ideia original.

Paulo Martins

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Comissão do golpe 06/07/2016: carta (áudio) de defesa da presidente Dilma

Fiel ao compromisso do blog de passar informações fidedignas sobre os fatos que são relegados para segundo plano ou distorcidos pela grande-mídia-militante-empresarial, compartilho o áudio integral da sessão de hoje da Comissão do Golpe instalada no Senado Federal.

Assisti grande parte das sessões da referida comissão e os depoimentos técnicos das testemunhas me convenceram da injustiça e da farsa que se pratica neste processo. Os danos para a democracia no Brasil serão grandes.

Infelizmente, o relatório favorável à cassação do mandato da Sra. presidente já está pronto desde o primeiro dia. O relator foi escolhido a dedo – o senador Anastasia, do PSDB, com posição previamente definida a favor do golpe. A escolha dos demais 20 membros da comissão foi feita de forma claramente desequilibrada: 15 membros, dos quais pelo menos 13 estão com sua posição firmada em favor do golpe desde a primeira sessão  e apenas 5 membros com posição claramente contrária ao golpe.

Teoricamente caberia à acusação, em homenagem ao princípio da presenção de inocência, apresentar as provas de ocorrência dos crimes de responsabilidade apontados. O processo se refere a 4 decretos de crédito suplementares e ao Plano Safra.

Para surpresa de todos, a acusação abriu mão de provar a existência dos crimes de responsabilidade apontados na peça acusatória aceita pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha.

A acusação adotou a estratégia de acelerar o prazo de andamento dos trabalhos, praticar o cerceamento da defesa através de diversos expedientes e de limitar o número de testemunhas e do tempo de oitiva de cada uma.

Na minha opinião, a acusação abriu mão de provar o dolo da presidente em praticar os atos que lhe são imputados na denúncia por ter chegado à conclusão de que provar o que não existe é impossível.

Restou à defesa provar que não existiu o que realmente não existiu. Acho, sinceramente, que a defesa obteve sucesso em provar a inexistência dos crimes apontados e de dolo da presidente.

Mas isso, na verdade, não muda e. um milímetro a posição dos membros da comissão e do relator do PSDB, que tinham o veredito pronto a favor do golpe, antes mesmo de ouvir qualquer das mais de 30 testemunhas de defesa da Sra. presidente.

Ao nosso blog resta apresentar os fatos e tentar desnudar a farsa.

Publiquei áudios de diversas sessões da comissão do golpe para que as pessoas interessadas  e de coração puro possam avaliar. O destino da presidente na comissão já está selado. Mas ficam os documentos – áudios das sessões compartilhados neste blog – para comprovar a farsa e o estupro da nossa democracia adolescente.

Tendo em vista o jogo sujo do presidente usurpador Temer para “comprar” os votos em favor do golpe, não será fácil aos apoiadores da presidente barrar o golpe no plenário do Senado. A democracia, violentada, chora.

Paulo Martins

http://www12.senado.leg.br/radio/1/comissoes/comissao-do-impeachment-1/cei-ouve-jose-eduardo-cardozo-como-representante-da-presidente-afastada-dilma-rousseff

O Senado e a sabatina do Dr. Fachin

Jiddu Krishnamurti, filósofo e escritor hindu, dizia que “Se realmente entendemos o problema, a resposta virá dele, porque a resposta não está separada do problema.” Dizia também que uma pergunta bem feita traz, nela própria, a resposta.

É o caso da pergunta do leitor Célio, que comentou no blog Conversa Afiada, sobre a sabatina que os senadores submeteram o Dr. Fachin, indicado a ministro do Supremo, pela Presidente Dilma. Veja a pergunta abaixo. A resposta é óbvia, não é mesmo?

Célio

Estará o Senado à altura de sabatinar Fachin com correção, sem envergonhar a Sociedade e ao próprio Senado?

O Congresso tem assessores competentes, encarregados de preparar as perguntas e orientar os srs. parlamentares. Mas, como o Dr. Fachin é um erudito, muito bem preparado, acho que alguns senadores não vão entender as respostas.

Como velho marinheiro, durante o nevoeiro, Dr. Fachin vai ter que saber levar o barco devagar.