O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, prometeu dedicar-se à reforma política logo após a fase de votação das medidas provisórias 664 e 665. Vindo de quem vem, soa como ameaça.
O relator da reforma política informou que a cúpula do PMDB é favorável ao modelo chamado distritão, o qual ele próprio considera que seria a pior das opções.
O que foi pedido nas manifestações de 2013 foi a reforma da (forma de fazer) política e dos políticos e não o absurdo que o PMDB está tentando implantar.
O distritão, espero, não será aprovado na Câmara. Mas, fazer reforma política sem discussão com a sociedade e sem mexer no financiamento privado das campanhas (compra de mandatos) é repetir os atos que levaram ao caos político que temos hoje no Brasil.
Será que os políticos estariam dispostos a fazer uma reforma política que afete os seus interesses particulares?
Reforma da política só se faz com eleitores conscientes e mídia séria e responsável. Não dá para esperar uma reforma da política vinda dos políticos e da mídia empresarial que temos. Estou pessimista.
Foi publicado na imprensa que apenas quatro países no mundo adotam o modelo de voto distrital puro: Afeganistão, Jordânia, Vanuatu e Ilhas Pitcairn.