Millôr Fernandes dizia que “se uma imagem vale mais do que mil palavras, então diga isto com uma imagem”.
O jornal O Globo publica hoje matéria intitulada “Eike Batista – De bilionário a réu em ações por crimes financeiros”.
A mídia empresarial é assim mesmo. Tem o hábito de adular o grande capital nos momentos de glória – falsa ou real – e jogá-los na lata do lixo quando convém.
Eu sei – aprendi com Millôr – que nem sempre uma imagem vale mais que mil palavras. Mas este vídeo de 9 minutos vale.
O vídeo, com entrevista de Eike, parece publicidade com espaço comprado disfarçada de programa. Fantástico.
Parece.
Não posso afirmar. Não tenho provas.
Vamos admitir que tenha sido uma reportagem honesta, como se espera que sejam todas as matérias veiculadas em todos os meios de comunicação.
Terá sido, então, um grande erro. Um erro grosseiro.
Erraram no passado, erram hoje, erram todos os dias.
Erram em economia e política, que não são assuntos triviais. Mas erram em outros assuntos. Erram no que vier.
Consideram-se entendidos em tudo. Erram impunemente, doa em quem doer.
Em tempo: não perdi um tostão com o desmoronamento do castelo de areia do Eike Batista. Trabalhei por mais de dez anos na Vale e aprendi a encarar com ceticismo as aventuras do Mr. Gold.
Quem informa deveria ter o mesmo ceticismo cuidadoso.
Será que a imagem em destaque desmente o Millôr? Cartas para a redação.