Que outro se preocupe com os ossários…
O mundo
tem uma cor nua de maçã: os rios
arrastam um caudal de medalhas silvestres
e em todas as partes vive Rosalía, a doce,
e Juan, o companheiro…
Ásperas pedras fazem
o castelo, e o barro mais suave que as uvas
com os restos do trigo fez minha casa.
Vastas terras, amor, sinos lentos,
combates reservados à aurora,
cabeleiras de amor que me esperaram,
depósitos adormecidos de turquesa:
casas, caminhos, ondas que constroem
uma estátua varrida pelos sonhos,
padarias na madrugada, relógios educados na areia,
papoulas do trigo circulante,
e estas mãos escuras que amassaram
os materiais de minha própria vida:
para viver acendem-se as laranjas
sobre a multidão dos destinos!
Que os coveiros escarvem as matérias
aziagas: que levantem
os fragmentos sem luz da cinza,
e falem do idioma do verme.
Diante de mim só tenho sementes,
desenvolvimentos radiantes e doçura.