O depoimento de Lula na Justiça Federal

Leia o depoimento de Lula na Justiça Federal. Texto completo.

AS ORGANIZAÇÕES Globo, sempre ela, pinçou um pedacinho que lhe interessava e apresentou no noticiário da hora do almoço. Certamente, vão pinçar outras partes, montar o contexto que lhes interessa e formar a sua opinião. São 109 páginas, mas vale a pena ler. Leia e forme você mesmo a sua opinião.

Em tempo: A Justiça de São Paulo enviou para Curitiba, para o Juiz Sérgio Moro, a denúncia do Ministério Público de São Paulo contra Lula. Acho estranho. Em princípio, o processo seria sobre a Bancoop e a OAS, que os procuradores do MP de Alckmin asseguravam que seria de âmbito estadual. O assunto do triplex do Guarujá foi enxertado no processo, já existente.

Pelo menos elimina a situação esdrúxula do ex-presidente estar sendo processado no mesmo assunto, em duas instâncias diferentes. Assim, ficou evidente a pressa e a motivação política do trio de procuradores mal-intencionados de São Paulo ao enxertar o assunto do ex-presidente no processo da Bancoop, em tempo hábil para sair na grande mídia comercial/política e influenciar as manifestações então marcadas para o dia 13/3.

AS ORGANIZAÇÕES só chamam o processo da Bancoop X OAS de processo do triplex do Lula.  Ora, o processo da Bancoop X OAS é antigo e envolve a vida de centenas de associados da cooperativa, que faliu. Sem tomar posição em assunto sobre o qual não tenho informações, observo a evidente má-fé um meio de comunicação, AS ORGANIZAÇÕES, que tem uma concessão pública para informar e abusa da sua condição de oligopólio, para fazer política, derrubar presidentes e jogar o país à beira de um confronto civil. Quando o assunto ficar incontrolável, correm e apelam pela intervenção dos militares. Já vimos este filme: o povo humilde, a base da pirâmide, a maioria dos brasileiros e seus votos, morrem no final.

http://media.folha.uol.com.br/poder/2016/03/14/depoimento-de-lula.pdf

MANIFESTO DE JURISTAS PELA LEGALIDADE E CONTRA O PUNITIVISMO

MANIFESTO DE JURISTAS PELA LEGALIDADE E CONTRA O PUNITIVISMO

Carta do Rio de Janeiro escrita no II Seminário de Direito Penal, Criminologia e Processo Penal em homenagem ao Professor Dr. Winfried Hassemer

A soberania popular brasileira está sob ataque. Enquanto a economia ameaça com desempregos, arrochos salarial e piora a vida dos trabalhadores, o capital político do governo liderado pela Presidenta Dilma Rousseff mostra-se vacilante, ameaçado pelo oportunismo de uma oposição irresponsável e golpista, capitaneada por demagogos carreiristas.

Aproveitando-se desta conjuntura desfavorável, os grandes grupos econômicos e, em especial, de comunicação, declaram guerra contra o governo sob a bandeira do combate à corrupção. Estes grupos contestam a legítima vitória das urnas, numa tentativa de estruturar verdadeiro golpe disfarçado de troféu da democracia. E enquanto a grande mídia semeia a ideia de ilegal deposição sumária, as cada vez mais raivosas manifestações pelo impeachment da Presidente ganham força, embora incapazes de evidenciar, desde sua origem, um honesto desejo popular por mais democracia.

Assim, acuado e incapaz de mobilizar as massas que o elegeram, o Executivo Federal se vê obrigado a tergiversas com uma agenda profundamente conservadora, que ameaça a consolidação histórica de anos de luta política contra o autoritarismo.

Por essa razão, é urgente ressuscitar a histórica e republicana união dos juristas na defesa da legalidade diante de tentações fascistas. Não podemos nos curvar às pressões rasteiras de setores retrógrados que desejam a instabilidade institucional do país para promover seus interesses privados.

Não há alternativa à legalidade democrática.

O formalismo deste clamor, contudo, não basta. Os quase trinta anos que se passaram da promulgação da Constituição Republicana tem mostrado que a herança ideológica do passado ditatorial brasileiro não foi devidamente enterrada.

Esse ranço autoritário é especialmente visível no conservadorismo pedestre, latente ou explícito dos grandes partidos brasileiros em matéria penal. Esses anseios punitivos, compartilhados tanto pela situação quanto pela oposição, colocam em dúvida a autenticidade de nossa democracia diante da falta de alternativas à constante aposta na repressão para o controle social.

A verdade é que, com raras exceções, as modificações legislativas no campo penal posteriores à Constituição da República vieram somente para criar dispositivos despóticos, que violam diretamente os direitos e garantias processuais as quais definem o limite entre barbárie e civilização.

Ao mesmo tempo, parte da comunidade jurídica serve aos interesses escusos do grande capital, negando direitos ao acusado, reproduzindo jurisprudências limitadoras de garantias constitucionais, perseguindo Advogados e Defensores e estigmatizando Promotores e Juízes que ousam pensar e atuar sob uma perspectiva de respeito aos direitos fundamentais.

As atuais pulsões punitivistas são perfeito fruto de juristas que servem aos interesses políticos de parcela bem definida da sociedade e aos interesses punitivistas midiáticos. É cada vez mais notório que a escolha daqueles a serem investigados é seletiva e pautada por motivação política, ao mesmo tempo em que os direitos e garantias fundamentais passam a ser apresentados como obstáculos a serem afastados em nome da eficiência repressiva. Por último, a defesa criminal é objeto de perseguição inquisitorial pelas agências do sistema penal, que intimidam e restringem ainda mais os direitos do acusado.

Mas os poderes instituídos não afetam a sociedade somente por meio de ação direta: perante os holofotes, a Justiça brasileira empenha enorme esforço para parecer rigorosa, mas é omissa em investigar e controlar os abusos autoritários dos agentes policiais. É condescendente com os homicídios perpetrados pelo Estado enquanto alcançamos um dos patamares mais altos de mortes violentas por armas de fogo no mundo.

Ensina-nos a história que contextos de crise política e econômica são campos férteis para discursos e práticas autoritárias. Por estas razões, nós, juristas reunidos no II Seminário de Direito Penal, Criminologia e Processo Penal em homenagem ao Professor Doutor Winfried Hassemer, munidos das armas da crítica, afirmamos ao povo brasileiro que não aceitaremos qualquer tentativa de golpe, nem cederemos ao mais vulgar punitivismo em voga, defendendo de maneira intransigente a legalidade democrática e a soberania popular.

Não cederemos ao conformismo e ao retrocesso de direitos do acusado. Reivindicamos um sistema de justiça criminal despojado de sanhas autoritárias, um Direito Penal verdadeiramente constitucional e democrático.

Retomemos a luta pela Democracia iniciada na resistência anterior a 1988.

Juarez Tavares, Professor Titular de Direito Penal da UERJ

Nilo Batista, Professor Titular de Direito Penal da UERJ e da UFRJ

Juarez Cirino dos Santos, Professor Adjunto de Direito Penal da UFPR

Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Professor Titular de Processo Penal da UFPR

Geraldo Prado, Professor Titular de Processo Penal da UFRJ

Rubens Casara, Juiz de Direito do TJ/RJ

Maurício Stegemann Dieter, Professor de Criminologia da USP

Jacson Zilio, Professor de Direito Penal da UFRJ

Wadih Damous, Advogado

Glauber Rocha, Advogado

Paulo Teixeira, Advogado

Reinaldo Santos de Almeida, Professor de Direito Penal da UFRJ

Antonio Pedro Melchior, Professor de Processo Penal do IBMEC

Leonardo Isaac Yarochewsky, Professor de Direito Penal da PUC/MG

Fábio Bozza, Professor de Direito Penal do ICPC

Alexandre Morais da Rosa, Professor de Direito da USFC e Juiz de Direito do TJ/SC

Salo de Carvalho, Professor de Direito Penal da UFRJ

Victoria-Amália de Barros Carvalho Sulocki, Professora de Processo Penal da PUC/RJ

Marcelo Semer, Juiz de Direito do TJ/SP

Márcio Sotelo Felipe, Advogado e Procurador do Estado de São Paulo

AndréNicolitt, Desembargador do TJ/RJ

Cézar Bittencourt, Professor de Direito Penal da PUC/RS

Maria Lúcia Karam, Presidente da LEAP

Luís Carlos Valois, Juiz de Direito do TJ/AM.

Pedro Estevan Serrano, Professor de Direito Constitucional da PUC/SP

JoséGeraldo de Souza Junior, Advogado e ex-reitor da Universidade de Brasília

Ana Lúcia Sabadell, Professora Titular de Teoria do Direito da UFRJ

Lenio Streck, Professor Titular da UNISINOS e UNESA e Advogado

Christiano Fragoso, Professor de Direito Penal da UERJ

Salah H. Khaled Jr., Professor de Direito da PUC/RS

Gisele Cittadino, Professora de Direito da PUC/RJ

Paulo Baldez, Desembargador do TJ/RJ

Mario Sergio Pinheiro, Desembargador do TJ/RJ

João Ricardo Dornelles, Professor da PUC/RJ

Elmir Duclerc, Promotor de Justiça e Professor de Processo Penal da UFBA

Mariana de Assis Brasil e Weigert, Professora de Direito Penal da UFRJ

Fernando Máximo de Almeida Pizarro Drummond, Diretor do IAB e do AIDP

Miguel Baldez, Procurador do Estado do Rio de Janeiro

Taiguara Souza, Professor da UFF e do IBMEC

Carol Proner, Professora de Direito da UFRJ

Sayonara Grillo Coutinho, Professora de Direito da UFRJ

Vanessa Batista Berner, Professora de Direito da UFRJ

Ricardi Lodi, Professor de Direito da UERJ

Bartira Macedo de Miranda, Professora de Direito da UFG

AndréAugusto, Juiz de Direito do TJ/SP e Presidente da AJD

Maria Ignez Baldez, Defensora Pública do Estado do Rio de Janeiro

Romulo de Andrade Moreira, Procurador de Justiça

JoséCarlos Moreira da Silva, Professor de Direito da PUC/RS

Rogerio Dultra, Professor da Faculdade de Direito da UFF

Luís Gustavo Grandinetti, Professor de Direito da UERJ

Antonio Vieira, Professor da PUC/Salvador e Advogado

Maria Helena Barros de Oliveira, Professora do INSP-FioCruz

Marcio Tenenbaum, Advogado

Julita Lemgruber, Coordenadora do CESec/UCAM

June Cirino, Advogada criminalista e militante do Coletivo “Direitos Pra Todxs”

Marina Cerqueira, Professora de Direito Penal da UNIJORGE

Giane Alves Ambrósio Alves, Advogada e Mestranda em Processo Penal pela PUC/SP

Magda Biavaschi, Desembargadora do TRT da 4ªRegião e pesquisadora da Unicamp

Márcia Semer, Procuradora do Estado de São Paulo

Agostinho Ramalho Marques Neto, Professor da UFMA e Psicanalista

Daniele Gabrich Gueiros, Professora de Direito da UFRJ

Patrick Mariano, da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP)

Gisele Silva Araújo, Professora de Direito da UNIRIO

Orlando Zaccone, Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro

Ana Elisa Liberatore Silva Bechara, Professora Associada de Direito Penal da USP

Luiz Moreira Gomes Júnior, Professor de Direito da Faculdade de Contagem

Simone Dalila Nacif Lopes, Juíza de Direito do TJ/RJ

André Vaz, Juiz de Direito do TJ/RJ

Cristiana Cordeiro, Juíza de Direito do TJ/RJ

Ana Cristina Borba Alves, Juíza de Direito do TJ/SC e membro da AJD

JoséHenrique Rodrigues Torres, Juiz de Direito do TJ/SP e Professor da PUC/Camp

Alexandre Bizzotto, Juiz de Direito do TJ/GO

Caio Granduque, Defensor Público do Estado de São Paulo

JoséDamião de Lima Trindade, Procurador do Estado de São Paulo

Marcelo Pertence, Desembargador do TRT da 3ªRegião

Maria Goretti Nagime Barros Costa, Advogada

Sergio Graziano, Professor da UCS e advogado

Carlos Magno Sprícigo Venério, Professor da da Faculdade de Direito da UFF

Douglas Guimarães Leite, Professor da da Faculdade de Direito UFF.

Maria Luiza Quaresma Tonelli, Advogada, mestre e doutora em Filosofia pela USP

Rafael Borges, Advogado

Jean Keji Uema, Advogado

Fabiana Marques dos Reis González, Advogada e Professora na EAV e Casa do Saber.

Roberto Tardelli, Advogado

Samir Namur, Professor da SEPT/UFPR e Advogado

Vladimir de Carvalho Luz, Professor da Faculdade de Direito da UFF

Rafael Valim, Professor de Direito da PUC/SP e Presidente do IBEJ

Gabriel Ciríaco Lira, Advogado

Antonio Rodrigo Machado, Advogado

Sérgio Sant’Anna, Professor de Direito da UCAM e Procurador Federal

Marthius Sávio Cavalcante Lobato, Advogado, mestre e doutor pela UnB

Jarbas Vasconcellos, Advogado e Presidente da OAB/PA

Carlos Nicodemos, Advogado e vice-presidente do CNDCA

JoséCarlos Tórtima, Advogado

Luiz Gonzaga Belluzzo, Bacharel em Direito e Professor da Facamp e Unicamp

Maria Luiza Alencar, Professora de Direito e Diretora do CCJ da UFPB

Gretha Leite Maia, Professora de Direito da UFCE

Marcelo Ribeiro Uchoa, Professor de Direito da UNIFOR

Rodrigues Uchoa, Advogado e Juiz do Trabalho aposentado

Margarete Gonçalves Pedroso, Procuradora do Estado de São Paulo

Roberta Duboc Pedrinha, Professora de Direito Penal da UCAM

Daiane Moura de Aguiar, Professora de Direito e Doutoranda pela UNISINOS

Taysa Matos, Professora de Direitos Humanos de Vitória da Conquista

Cyro Saadeh, Procurador do Estado de São Paulo e membro do grupo Olhares Humanos

Heroldo Caetano, Promotor de Justiça em Goiás

Marcela Figueiredo, Professora de Direito do IBMEC

Ney Strozake, Advogado e doutor em Processo Civil pela PUC/SP

Roberto Rainha, Advogado e pós-graduado em Direitos Humanos pela PGE/SP

Aton Fon Filho, Advogado

Luciana Cristina Furquim Pivato, Advogada

Bruno Ribeiro de Paiva, Advogado

Daniela Félix, Professora de Direito da UFSC e advogada

Anna Candida Alves Pinto, Procuradora do Estado de São Paulo

Márcia Tiburi, Professora de Filosofia da Faculdade Mackenzie

Manfredo Araújo de Oliveira, Professor Titular de Filosofia da UFCE

OS JUÍZES – PABLO NERUDA

Diálogos Essenciais

Pelo alto Peru, por Nicarágua,

sobre a Patagônia, nas cidades,

não tiveste razão, não tens nada:

taça de miséria, abandonado

filho das Américas, não há

lei, não há juiz que te proteja

a terra, a casinhola com seus milhos.

Quando chegou a casta dos teus,

dos senhores teus, já esquecido

o sonho antigo de garras e facas,

veio a lei para despovoar teu céu,

para arrancar-te torrões adorados,

para discutir a água dos rios,

para roubar-te o reinado do arvoredo.

Te testemunharam, te puseram selos

na camisa, te forraram

o coração de folhas e papéis,

te sepultaram em éditos frios,

e quando despertaste na fronteira

da mais despenhada desventura,

despossuído, solitário, errante,

te deram calabouço, te amarraram,

te manietaram para que nadando

não saísses da água dos pobres,

mas te afogasses esperneando.

O juiz benigno te lê o inciso

número Quatro Mil, parágrafo Terceiro,

o mesmo usado em toda

a…

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Comunicado da Federação Nacional dos Jornalistas, 09/03/2016

Quando estiver sendo escrita a história do tenebroso engajamento da mídia comercial e golpista na tentativa de destruir a democracia  no Brasil e derrubar um governo democraticamente eleito, aparecerá o posicionamento claro da Federação dos Jornalistas. Está registrado. Ajude a divulgar. 

Quando essa mesma mídia participou diretamente na derrubada do presidente eleito João Goulart e da ditadura que foi implantada, a resistência democrática do país, que ainda não estava morta, presa ou exilada, denunciava e não era ouvida.

Foram necessários 21 anos de luta, com mortos, torturados e exilados.

Quando não havia mais espaço para continuar defendendo a ditadura, as ORGANIZAÇÕES Globo vieram a público pedir desculpas por aquele negro período.

Desculpas não ressuscitam mortos, desculpas não curam dores.

As ORGANIZAÇÕES Globo, alimentadas com fartos recursos públicos na ditadura e com financiamentos e verbas publicitárias no período pós-ditadura, cresceu e virou esse monstro que conhecemos. Não haverá democracia e verdadeira liberdade no Brasil sem adequação do tamanho deste monstro.

O Jornal Nacional de hoje continuou sua descarada e vergonhosa  campanha pela derrubada do governo Dilma e leu uma nota oficial da ABI assinada por Domingos Meirelles que envergonha, pela omissão e servilismo, a casa de Barbosa Lima Sobrinho, seu presidente nos tempos em que a ABI era uma das vozes de resistência à ditadura.

Sobre a nota da FENAJ, que transcrevemos abaixo, nem uma palavra das ORGANIZAÇÕES. Fingiram que não era com eles. Se eles não publicam, não existe.  

Eu gostaria de viver o suficiente para ver AS ORGANIZAÇÕES virem novamente a público pedir desculpas pelos seus erros. A democracia já está fraturada. Só espero que não tenhamos que lamentar novamente por mortos, torturados e exilados.

Paulo Martins, do blog dialogosessenciais.com

Nota Oficial 09/03/2016 | 20:06
Em defesa da democracia, do Estado de Direito e da liberdade de imprensa

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vem a público para defender a democracia, as garantias individuais previstas no Estado de Direito e a liberdade de imprensa e de expressão. A FENAJ dirige-se à sociedade, e em especial à categoria dos jornalistas, para condenar a espetacularização midiática, que desinforma em vez de informar, macula o compromisso ético da profissão, que é a busca da verdade, causando graves prejuízos ao exercício da cidadania.

A democracia brasileira foi duramente conquistada no passado recente, com luta e sangue de milhares de brasileiros, entre eles, centenas de jornalistas. Por isso, a FENAJ afirma que o compromisso com a democracia deve nortear as posições e ações das instituições nacionais. Lembra que as liberdades de expressão e de imprensa são fundamentais para sua constituição e aperfeiçoamento, como forma de organização política social, na qual o pluralismo de vozes é uma condição, assim como o respeito às decisões da maioria.

Diante dos acontecimentos do último dia 4 – quando o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima de um ato de espetacularização midiática de uma decisão que deveria ter sido judicial, mas não escondeu seu caráter eminentemente político -, a FENAJ novamente afirma que a democracia e os verdadeiros interesses da população brasileira estão ameaçados e que é preciso reagir às tentativas autoritárias de ruptura democrática que, claramente, caracterizam-se como golpe político.

A Federação dos Jornalistas lembra também que grande parte da imprensa brasileira tem abdicado do fazer jornalístico para se comportar como partido de oposição ao governo federal e que, na ânsia de derrotar o partido do governo, tem se colocado a serviço da construção social da aceitação do golpe.

Sem fazer a defesa apriorística do Governo Dilma ou do ex-presidente Lula, a FENAJ reitera que a técnica e a ética jornalísticas não estão sendo observadas e respeitadas na abordagem dos fatos, o que tem ocasionado, inclusive, atos de violência contra jornalistas.

A FENAJ condena toda e qualquer forma de violência contra os profissionais da comunicação, conclama a população brasileira a respeitar a categoria e, ao mesmo tempo, pede às empresas de comunicação a retomada do Jornalismo. Ainda que o profissional jornalista não possa ser confundido com a empresa em que trabalha, inegavelmente, a manipulação da informação tem contribuído para a perda da credibilidade de parte das empresas de comunicação e também para o desrespeito aos profissionais.

Entidade máxima de representação dos jornalistas brasileiros, a FENAJ novamente condena os setores da mídia nacional que conspiram contra a democracia, ao mesmo tempo em que conclama a categoria a resistir e defender a responsabilidade e a ética no Jornalismo. Os jornalistas (voluntariamente ou não) estão no centro da atual crise política, pelo papel que os meios de comunicação assumiram. Por isso, não podem se furtar a exercer o seu ofício, que é o de levar informação veraz à sociedade.

A FENAJ lembra que esta crise foi cuidadosamente planejada e que Poder Judiciário e meios de comunicação têm sido atores centrais para seu aguçamento. Por isso, a Federação dos Jornalistas conclama as entidades e todos cidadãos e cidadãs brasileiros que têm apreço pela democracia e não querem retrocessos políticos e sociais a defender a democracia.

Para essa defesa propomos a valorização da verdadeira informação jornalística e o amplo debate público sobre o papel do Judiciário e dos poderes constituídos, dos meios de comunicação, das instituições e dos movimentos sociais na construção do futuro do país e de seu povo. Desde já, é preciso dar um basta às ações e movimentos autoritários, de quem quer que seja, e afirmar que não aceitaremos golpes.

Diretoria da FENAJ.
Brasília, 9 de março de 2016

O Plano Obscuro, por Janio de Freitas

10/03/2016 02h00

Em condições normais, ou em país que já se livrou do autoritarismo, haveria uma investigação para esclarecer o que o juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato intentavam de fato, quando mandaram recolher o ex-presidente Lula e o levaram para o Aeroporto de Congonhas. E apurar o que de fato se passou aí, entre a Aeronáutica, que zela por aquela área de segurança, e o contingente de policiais superarmados que pretenderam assenhorear-se de parte das instalações.

Mas quem poderia fazer uma investigação isenta? A Polícia Federal investigando a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República investigando procuradores da Lava Jato por ela designados?

É certo que não esteve distante uma reação da Aeronáutica, se os legionários da Lava Jato não contivessem seu ímpeto. Que ordens de Moro levavam? Um cameramen teve a boa ideia, depois do que viu e de algo que ouviu, de fotografar um jato estacionado, porta aberta, com um carro da PF ao lado, ambos bem próximos da sala de embarque VIP transformada em seção de interrogatório.

É compreensível, portanto, a proliferação das versões de que o Plano Moro era levar Lula preso para Curitiba. O que foi evitado, ou pela Aeronáutica, à falta de um mandado de prisão e contrária ao uso de dependências suas para tal operação; ou foi sustado por uma ordem curitibana de recuo, à vista dos tumultos de protesto logo iniciados em Congonhas mesmo, em São Bernardo, em São Paulo, no Rio, em Salvador. As versões variam, mas a convicção e os indícios do propósito frustrado não se alteram.

O grau de confiabilidade das informações prestadas a respeito da Operação Bandeirantes, perdão, operação 24 da Lava Jato, pôde ser constatado já no decorrer das ações. Nesse mesmo tempo, uma entrevista coletiva reunia, alegadamente para explicar os fatos, o procurador Carlos Eduardo dos Santos Lima e o delegado Igor de Paula, além de outros. (Operação Bandeirantes, ora veja, de onde me veio esta lembrança extemporânea da ditadura?)

Uma pergunta era inevitável. Quando os policiais chegaram à casa de Lula às 6h, repórteres já os esperavam. Quando chegaram com Lula ao aeroporto, repórteres os antecederam. “Houve vazamento?” O procurador, sempre prestativo para dizer qualquer coisa, fez uma confirmação enfática: “Vamos investigar esse vazamento agora!”. Acreditamos, sim. E até colaboramos: só a cúpula da Lava Jato sabia dos dois destinos, logo, como sabe também o procurador, foi dali que saiu a informação –pela qual os jornalistas agradecem. Saiu dali como todas as outras, para exibição posterior do show de humilhações. E por isso, como os outros, mais esse vazamento não será apurado, porque é feito com origem conhecida e finalidade desejada pela Lava Jato.

A informação de que Lula dava um depoimento, naquela mesma hora, foi intercalada por uma contribuição, veloz e não pedida, do delegado Igor Romário de Paula: “Espontâneo!”. Não era verdade e o delegado sabia. Mas não resistiu.

Figura inabalável, este expoente policial da Lava Jato. Difundiu insultos a Lula e a Dilma pelas redes de internet, durante a campanha eleitoral. Nada aconteceu. Dedicou-se a exaltar Aécio, também pela rede. Nada lhe aconteceu. Foi um dos envolvidos quando Alberto Youssef, já prisioneiro da Lava Jato, descobriu um gravador clandestino em sua cela na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Nada aconteceu, embora todos os policiais ali lotados devessem ser afastados de lá. E os envolvidos, afastados da própria PF.

Se descobrir por que a inoportuna lembrança do nome Operação Bandeirantes, e for útil, digo mais tarde.

Publicado na coluna de Janio de Freitas na Folha de São Paulo

A loucura com método dos golpistas, por Miguel do Rosário

Análise Diária de Conjuntura – 10/03/2016

Vivemos um período revolucionário, mas infelizmente não no bom sentido. Talvez fosse melhor usarmos um neologismo: período involucionário. Ou retrovolucionário.

O único lado bom que eu consigo ver em todos esses atentados contra a democracia e contra a Constituição é que agora a esquerda organizada despertou de vez para o problema da mídia.

Meia dúzia de barões da mídia, mesmo em declínio rápido, ou justamente por causa desse declínio, assumiram o papel de vanguarda de um movimento golpista, que vem sendo construído há muito tempo, quiçá desde a redemocratização. Ou melhor, vem sendo construído desde a sua origem, dado que hoje sabemos que as únicas empresas de grande porte que conseguiram sobreviver a 80 anos de solavancos econômicos, foram aquelas que foram subsididadas pelo imperialismo. Subsidiadas para agir no interesse do imperalismo e contra o Brasil.

Essa é a raíz histórica do viralatismo e do golpismo, os dois grandes males do século XX em nosso país.

Na verdade, é doloroso constatar, o golpe de 1964 não terminou ainda. Não terminou porque a democracia não conseguiu acertar as contas com os seus principais responsáveis, que não foram os militares e sim a mídia.

A mídia deu o golpe em 1964, e a esquerda organizada falhou miseravelmente em relatar isso ao povo brasileiro. As comissões da verdade se limitaram a contar historinhas sobre a tortura feita a um punhado de militantes políticos de classe média.

As comissões da verdade não contaram a história mais importante da ditadura: como a opinião pública foi envenenada e manipulada pela imprensa da época (a mesma de hoje) para acreditar que o governo Jango era antidemocrático e preparava um golpe comunista no Brasil.

As grandes manifestações de rua que antecederam o golpe, com apoio dos governadores de oposição e, principalmente, da mídia, são as mesmas que tem acontecido desde o ano passado, e que voltará a ocorrer no domingo próximo.

O golpismo está tão ansioso para consumar um ataque letal ao governo que alguns de seus soldados batem cabeça. É ilegal que um cidadão seja perseguido pelo Estado, pelo mesmo motivo, em duas investigações distintas. É o que faz o ministério público: investiga o triplex que não é de Lula em duas frentes, na Lava Jato e no inquérito do Dr. Conserino.

Tudo é ilegal nessas operações.

Hoje sabemos que o promotor Conserino, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), pediu a prisão de Lula. A decisão ficará em mãos de um juíza, que agora passará a ser pressionada pela mídia e pelo fascismo.

Um amigo advogado matou a charada. A denúncia é inepta, o pedido de prisão é bizarro. A tendência é o seguinte: chantagear a juíza. Ela não aceita a prisão, mas terá que aceitar a denúncia.

A loucura dos golpistas, como diria o bardo, tem método!

Qual o sentido em mandar prender um ídolo nacional, um homem de 70 anos, por conta de um apartamento que não é dele?

Tudo faz parte do golpe, é claro.

As elites, agora que se sentem terem assumido o controle das forças armadas civis (a polícia federal), decidiram patrocinar uma espécie de fuzilamento político das esquerdas.

O timing do golpe é certeiro. Ele tenta criar uma atmosfera insuportável de medo e opressão, com objetivo de pressionar os deputados a votarem pelo impeachment.

São duas frentes agora: o impeachment e a casssação no TSE.

É um quadro dramático.

No início de 2014, eu e mais três companheiros fomos à Polícia Federal protocolar uma denúncia contra a sonegação da Globo.

Nenhum partido, nenhum movimento social, nenhum sindicato, deu apoio à nossa iniciativa – e agora todos tentam, atropeladamente, confusamente, encontrar alguma denúncia contra a Globo.

Publicamos na internet um documento com centenas de páginas, e nada. Ninguém se aventurou a se aprofundar naquela denúncia.

Estamos denunciando o golpismo da mídia há mais de dez anos.

O governo nunca fez nada. Nem sequer verbalmente. Com Dilma, então, o retrocesso foi profundo.

A própria Dilma e seu grupo mais íntimo de ministros, como Mercadante, Cardozo, pareciam olhar para aqueles que alertavam para o golpismo da mídia como um bando de radicais.

Não éramos radicais, mas sempre estivemos na linha de frente das guerras midiáticas e, portanto, sempre soubemos que a mídia era, é e continuará sendo profundamente golpista. E se é golpista, ela representa um perigo para a nossa democracia, como agora está bem claro.

O Brasil está sendo ameaçado por meganhas enlouquecidos: meganhas do ministério público, meganhas da polícia federal e meganhas da mídia.

Todos os tipos de arbitrariedade e violência estão sendo cometidos em nome de objetivos políticos obscuros.

Grandes empresas nacionais, que vinham ganhando mercados lá fora, estão sendo destruídas por estes meganhas.

O principal partido popular do país vem sofrendo ataques profundamente antidemocráticos pelos meganhas.

Agora a meganhagem ameaça vir para cima dos sindicatos.

Soubemos que a Istoé vem para cima dos blogueiros. Aliás, a Lava Jato já tentou vir, por algumas vezes, para cima dos blogueiros, e agora, com a armadilha montada contra o Eduardo Guimarães, tentam um novo ataque. Naturalmente, querem quebrar os sigilos eletrônicos do Eduardo Guimarães, e expô-lo a execração midiática, juntamente com todos os blogueiros.

Todos os monstros do golpismo, da truculência, da reação, despertaram de uma só vez, furiosos por terem sido obrigados a se ocultar em armários durante tanto tempo após a redemocratização.

Não vivemos tempos apenas sombrios. Vivemos tempos dramáticos.

Mas eles também estão cometendo muitos erros.

O primeiro é esquecer que há muita gente, cada vez mais gente, que não engole suas mentiras.

Quero acreditar – é minha derradeira esperança – que o golpe midiático que tentam aplicar no Brasil se tornará um marco mundial na luta contra esse novo tipo de conspiração.

Com George Bush, o mundo viveu o ápice do belicismo imperialista norte-americano. O orçamento militar americano multiplicou-se em várias vezes, com ênfase em guerras e armamento pesado.

Com Obama, usou-se o orçamento principalmente para operações de informação e inteligência.

E aí pegar o Brasil foi a coisa mais fácil. Um governo ingênuo, que deliberadamente desmontou sua estrutura de inteligência. Um governo que nunca se preocupou em montar um estrutura mínima de comunicação política, e isso num país com a mídia mais concentrada do mundo.

Quantos erros, meu Deus!

A ingenuidade e estupidez com que os governos petistas lidaram com a questão da mídia, entrará para a história como um erro trágico, pelo qual o povo brasileiro paga hoje um preço terrível. O próprio PT foi o primeiro a pagar por esse erro. Suas lideranças mais importantes foram presas depois de processos judiciais medievalescos, profundamente contaminados pela mídia.

É um erro para o qual não faltaram alertas. Quando o processo do mensalão saiu da esfera parlamentar e entrou na seara judicial, muitos avisavam que o sacrifício de Genoíno, Dirceu, Pizzolato criaria uma jurisprudência perigosa. Houve ainda o velho sectarismo político. Os empresários ligados ao mensalão também foram vítimas. É o embrião da Lava Jato: prender empresários para subsidiar a narrativa golpista com vilões ricos. A troco de que condenar publicitários mineiros, que sempre estiveram envolvidos com o PSDB, como partícipes de uma conspiração que visava manter o PT no poder?

Empresários raramente são santos. Mas prendê-los preventivamente por nove, dez meses, como forma de torturá-los, ameaçá-los com condenações exageradas, de 15, 20, 30 anos (Moro acabou de condenar Marcelo Odebrecht a 19 anos, o mesmo tempo de prisão recebido pelo psicopata noruego que matou dezenas de jovens), expô-los a execração pública, destruir suas empresas, isso evidentemente não está certo.

O outro erro, evidentemente, foi a perda gradativa de controle sobre a polícia federal. Evidentemente, o governo deveria, desde o início, ter criado centros de inteligência para manter o espírito e a moral da polícia federal alinhados ao pensamento político do governo eleito pelo povo.

É para isso que elegemos um presidente! Para manter a ascendência política sobre o poder armado do Estado.

Nisso, Dilma falhou miseravelmente. Ela nem sequer tentou construir alguma coisa. O discurso era sempre no sentido de fortalecer a autonomia das burocracias.

Em seu discurso da última sexta-feira, o ex-presidente Lula mencionou o método que passou a aplicar na escolha dos procuradores gerais da república: levou para o governo a sua experiência sindical, nomeando sempre o primeiro nome escolhido pela burocracia.

Só que o Ministério Público não é um sindicato, Lula! Um sindicato não tem o poder de pedir a prisão de outros cidadãos.

Isso foi um erro trágico, porque aí o governo ajudou a alimentar o espírito corporativista de uma instituição que, por suas características, já tinha uma forte tendência ao corporativsmo.

Mas talvez o corporativismo do MP viesse mesmo sem os erros – que foram bem intencionados – de Lula.

O MP hoje abriga um exército semi-fascista. Por alguma razão, e isso evidentemente é um erro de todos nós, um erro da própria Constituição, que não pensou em investir na pluralidade política dos membros do MP, por alguma razão o perfil médio de promotores e procuradores é de reacionários de extrema direita.

O mesmo acontece com o judiciário.

Tudo isso deveria ter sido discutido em fóruns, e para isso servem os governos e partidos políticos.

E nada foi feito. Ao contrário, o PT encheu os tribunais superiores de juízes antipetistas e reaças, sabe-se lá com base em que cálculos políticos aloprados.

Tantos erros!

Mas todos os golpes se alimentam dos erros da democracia.

Os golpes, aliás, redimem os erros da democracia.

Tocqueville ensina que o principal trunfo da democracia é justamente a sua flexibilidade para suportar erros de todo o tipo.

Afinal, sempre há tempo de corrigi-los!

Essa também é minha esperança.

Sobre as ruínas de todos os erros que cometemos até aqui, sobre as ruínas de um golpe que nasce moralmente natimorto, iremos construir, finalmente, uma democracia sólida.

Não será fácil, todavia. Enfrentaremos ainda uma longa noite de autoritarismo.

Mas se tudo tinha que acontecer assim, que seja. Viver não é sempre perigoso?

Os diamantes se forjam sob a pressão dramática das rochas mais duras e das temperaturas mais altas.

Assim nasceu Lula, sob a pressão terrível de séculos de opressão social.

Com a prisão, real, política ou moral, de Lula, surgirão milhões de Lulas. Milhões de lideranças corajosas, intuitivas, que imitarão as virtudes de Lula, mas não os seus erros!

Essa é a minha maior esperança!

E as minha esperanças, eles não podem matar!

A Conquista do Direito ao Voto Feminino nos EUA – Resumo (1840-1920)

Diálogos Essenciais


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1840
Lucretia Mott e Elizabeth Cady Stanton são impedidas de participar da Convenção Mundial Anti-Escravidão realizada em Londres. Isto faz com que elas organizem a Convenção das Mulheres nos EUA.

1848
Seneca Falls, Nova Iorque é o local para a primeira Convenção dos Direitos da Mulher. Elizabeth Cady Stanton escreve “A Declaração de Sentimentos” criando a agenda do ativismo das mulheres para as próximas décadas.

1849
A primeira Constituição de um estado, Califórnia, estende o direito de propriedade para as mulheres.

1850
Worcester, Massachusetts, é o local da primeira Convenção Nacional dos Direitos da Mulher. Uma aliança é formada: Frederick Douglass, Paulina Wright Davis, Abby Kelley Foster, William Lloyd Garrison, Lucy Stone e Sojourner Truth comparecem. Forte aliança com o movimento abolicionista é formada.

1851
Worcester, Massachusetts, é o local da segunda Convenção Nacional dos Direitos da Mulher. Participaram do evento: Horace Mann, New York Tribune colunista Elizabeth Oaks Smith…

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Vox mídia, Vox Dei

No período de 2005 a 2008 cursei, já aos 54/56 anos, metade do curso de Direito. Tive oportunidade de cursar, com extrema dedicação, Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Empresarial e, obviamente, Direito Penal. A Declaração Universal dos Direitos Humanos está recepcionada pela Constituição Federal de 1988 e seus princípios mais importantes estão explicitamente inseridos na CF.

Esta introdução foi necessária para mostrar que meu respeito à Constituição, às liberdades (em seu sentido verdadeiro e mais profundo) e à profissão dos operadores de direito – juízes, advogados e todo pessoal envolvido no processo de administrar justiça, um direito humano fundamental – não é recente. Não sou um novo democrata, um novo indignado on-line ou um neo-caçador de marajás ou de corruptos. Não sou, também, neo-patriota, nem neo-nazista. Hoje, estamos com inflação de sonegadores e espertos do dia-a-dia tornados, subitamente, santos, cruzados anti-corrupção.

Saímos, muitos  brasileiros, traumatizados pela ditadura e com uma lei de anistia ditada, como se faz em ditaduras, que ficou atravessada na garganta da nação. Saímos da ditadura mas a ditadura continua entranhada em muitos. Misturou-se ao sangue, faz parte do DNA.

A grande mídia, cúmplice e conivente, saiu premiada pela ditadura, com concessões de estações de rádio e de emissoras de TV. Como sairão premiados todos os delatores da Lava Jato. No Brasil, delator tem tapete vermelho, olhares de admiração. Aqui o crime compensa, desde que você tenha acesso a caríssimos advogados especializados em delações premiadas bem formatadas e vantajosas. Delações sem provas, com nexos de causalidade, tipicações e culpabilidades espúrias, vagas …

A constituinte, e seu resultado, a Constituição de 1988, apesar dos seus defeitos, representariam, acreditávamos então, um remédio contra os golpes e ditaduras. Ledo engano.

Fico surpreso de ver os argumentos estafúrdios a justificar as conduções coercitivas de inimigos investigados e as prisões com justificativas ralas para forçar delações premiadas.

Não tenho acesso privilegiado aos detalhes dos processos instaurados no âmbito da operação Lava Jato. Só os cúmplices têm. Estes processos são vazados para a mídia empresarial e divulgados com estardalhaço, de forma parcial e seletiva, com objetivos que estão claramente predefinidos: dar um golpe de estado e assumir o poder.

Tenho acompanhado, na medida do possível, as justificativas para prisões arbitrárias e conduções coercitivas. Na ausência de provas claras utiliza-se do recurso da condenação pela opinião pública: se muitos acreditam depois de grande bombardeio midiático que alguém cometeu um crime, então deve ter cometido mesmo. Vox mídia, Vox Dei.

Vamos invadir seu lar às 6:00 horas da manhã e vasculhar sua residência, arrombar portas, violar seus computadores e suas contas bancárias para ver se encontramos as provas que possam confirmar a prévia condenação pelo ouvido. As justificativas do Ministério Público ao solicitar prisões e conduções coercitivas, bem como as decisões do juiz Moro, são verdadeiros copia e cola.

Apresentamos, a seguir, vídeo com entrevista do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, condenando as conduções coercitivas praticadas no âmbito da operação Lava Jato. Notável observar a cara de ….. dos entrevistadores quando confrontados com o claro e firme posicionamento do ministro. Vale a pena observar, ainda, a cara do um apresentador reserva de uma emissora de São Paulo cujo nome me foge neste momento.

O segundo assunto, também associado a este artigo, refere-se ao interrogatório de uma testemunha da acusação na 24a. fase da Lava Jato, cujo foco indisfarçável é incriminar o ex-presidente Luiz Inácio da Silva – Lula. O Ministério Público solicitou e o juiz Moro autorizou a citação de uma testemunha. Por engano, convocaram a testemunha errada. Um capoteiro de Belo Horizonte. Devem ter visto correlação entre a profissão de capoteiro – faz capotas e estofados para carros – e a operação Lava Jato. “Teoria da culpabilidade por similaridade de objeto”. Kafka é pouco … Mussoline também.

Antes que alguém argumente que o capoteiro foi convocado a prestar depoimento como testemunha da acusação, respondo que este é o modus operandi da operação Lava Jato. Para ele sair de lá preso por estar omitindo informações seria apenas um passo, ou melhor, um texto copiado e colado, de três linhas, com uma assinatura eletrônica do juiz.

 

 

 

 

 

 

O discurso de Lula – 04/03/2015

Aconteça o que acontecer, sempre haverá espaço a ser ocupado pelas forças progressistas e de esquerda. Independentemente se o partido de esquerda do momento é o PCB, o PSOE, o PC português, italiano, o PC do B, o PSOL, o PCO, o PSTU, o PT, o SIRIZA, o PODEMOS, os ideais da esquerda estarão sempre representados.

O ideal é que as forças de esquerda estejam no poder, unidas, para construir um país desenvolvido, sem desigualdades, discriminação e preconceitos.

Não sendo possível, estaremos sempre na luta, preferencialmente unidos. Nada cai do céu. As conquistas da esquerda são arrancadas com luta e suor. Muitos foram presos, torturados e morreram pelo caminho, em sua luta por igualdade e direitos.

As forças conservadoras se articulam, manipulam, mentem, prendem, cerceiam, impedem, torturam, assassinam … Nada novo. Ao final, quando menos esperam, brotam as esperanças, nascem os primeiros frutos …A esquerda, esta “erva daninha”, este cacto, esta vara de bambu, verga mas não quebra.

O ideal é que as forças de esquerda não dependam de somente um partido ou de um único líder, mesmo que esse líder seja o principal líder político do país.

Abaixo o discurso improvisado do Lula, após deixar a sede da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas em São Paulo. Embora discurso de um líder cansado é, sem dúvida, um discurso histórico. Não tem a força da carta testamento de Vargas e sua importância aumentará à medida em que aumenta o cerco midiático associado às forças do golpe e do atraso. Fica o registro.

 

 

O Jornal Nacional promoveu um massacre

JN promove massacre contra Lula: a guerra total da Globo pra exterminar a esquerda
04/03/2016,  Carlos Eduardo, de O Cafezinho

A Globo, nesta quinta-feira, dobrou a aposta. O alvo é Lula, depois Dilma. E por fim o PT. Cercados, a esquerda e os movimentos sociais começam a travar uma espécie de batalha de Leningrado no Brasil

por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador

Foi um massacre com mais de quarenta minutos. Estou numa pequena cidade no interior do Ceará. Na pracinha central, numa pequena lanchonete, vi (mais do que ouvi) as TVs ligadas na Globo, no horário do Jornal Nacional.

Duas matérias (cada uma com cerca de 4 minutos, uma eternidade em TV) promoveram a “leitura” da revista Istoé. Sim, numa estratégia antitelevisiva, que só se justifica nos momentos de intervenção política total dentro do noticiário, a revista foi exposta na tela, enquanto os repórteres escalados por Ali Kamel liam cada trecho da suposta delação de Delcídio Amaral.

Lembro que em 2006, ao lado de outros colegas jornalistas, entrei na sala do diretor da Globo em São Paulo (onde eu trabalhava), e cobrei: por que não repercutimos o que a Istoé falou sobre Serra e a máfia das ambulâncias? Por que, eu insisti, só atacamos um lado (que naquela época, claro, já era o PT com seus “aloprados”)? A resposta do diretor da Globo: “não repercutimos a Istoé, porque é uma revista suspeita de vender espaço jornalístico a quem pagar mais.”

Em 2016, Ali Kamel usou a Istoé contra Lula nesta quinta-feira. E depois veio muito mais no massacre do JN: “juristas” a favor do impeachment, especulando em cima de uma suposta delação. Ministros defendendo o governo, mas cuidadosamente colocados (pela edição da Globo) numa defensiva sem saída. A narrativa era a de um governo que cai.

Mas a cereja do bolo era outra: o ataque a Lula. Primeiro, na boca de Delcídio e da revista Istoé (de novo!). Depois, numa “reportagem” que significou o retorno da Globo ao triplex do Guarujá, incluindo fotos de Marisa e de um dos filhos de Lula com os rostos levemente deformados.

João Roberto Marinho está possesso porque a filha dele foi exposta na internet: blogueiros descobriram as peripécias do ex-marido de Paula Marinho e divulgaram até endereços da família bilionária. O capataz dos Marinho, Ali Kamel, deu então o troco no JN: expôs a família Lula, de novo. Com as expressões deformadas…

Mas não interessa tanto contar em detalhes o que foi o JN. A ideia desse texto é outra: alertar que a edição do Jornal Nacional cumpre uma dupla tarefa. Primeiro, preparar o terreno para nova operação da PF (agora centrada em Lula) que deve acontecer nos próximos dias. Um observador experimentado da política carioca me disse: os Marinho não promoveriam esse massacre, se não soubessem que o ataque é apenas parte de uma escalada maior. Portanto, estamos já numa escalada sem volta.

Em segundo lugar, o JN cumpre a tarefa de reunir a oposição e dar o grito de guerra: “avancem! e sejam rápidos”.

Na pracinha do Ceará, onde eu estava, reparei que só havia gente com 40 anos ou mais olhando para a TV. Os jovens namoravam, tomavam sorvete, olhavam o celular.

A Globo não tem o poder de outras épocas, é verdade. Mas segue a cumprir o papel de organizar a tropa conservadora. O sinal está dado: se forem para o ataque, bravos líderes da oposição, vocês terão o apoio da máquina midiática da Globo. Mas não titubeiem. Avancem!

A guerra contra Lula foi declarada há vários meses. Nas últimas semanas, Lula topou a briga (até porque não tinha saída), e também declarou guerra: “nesse país, não há partido de oposição, partido é a Globo”, disse ele.

A Globo, nesta quinta-feira, dobrou a aposta. O alvo é Lula, depois Dilma. E por fim o PT.

Essa guerra, se tiver o desfecho que a família Marinho pretende, pode transformar o Brasil numa Colômbia. A esquerda seria proscrita. Lula seria preso. Os movimentos sociais voltariam a ser o que sempre foram: forças marginais, excluídas do jogo político. Os sindicatos seriam massacrados (já há CPI a caminho).

Por enquanto, é a direita apenas que exibe seu poder – com a violência simbólica de um JN tomado pelo ódio, como vimos hoje. Mas se a esquerda for jogada mesmo pra fora do jogo institucional, a escalada de violência política pode ganhar outros contornos, atingindo também aqueles que – do Jardim Botânico, ou de seus gabinetes acarpetados em Curitiba e Brasília – lançaram o país nessa espiral.

Lula não escolheu a hora de combater. A guerra chegou até ele. Os que se reúnem em torno do petista devem ter a certeza de que estamos diante de um momento decisivo. Agora, só um dos lados vai sobreviver.

O lado de lá é mais forte (até pela tibieza de um partido e de um governo que apostaram em Cardosos e Delcídios para dar “governabilidade”).

O que pode acontecer?

“A sensação de cerco às vezes faz milagre na política”, disse um amigo que também gosta de metáforas bélicas. O cerco ao lulismo ficou mais forte hoje: há uma espécie de batalha de Leningrado em curso.

Os que se defendem parecem fracos e sem munição, como se sentiam os soviéticos diante do avanço nazista. Mas, a favor da turma que defendia Leningrado, havia um fator imponderável: sabiam que deviam resistir até o último homem, casa a casa.

A esquerda no Brasil (com todos seus defeitos, com todas as limitações do que foi o PT nos últimos anos) trava, a partir de agora, sua batalha de Leningrado.

Lula também está cercado. E decidiu lutar. Não é pouco.

 

Deixe-os comer a poluição, por James K. Boyce

Diálogos Essenciais

A trágica crise em Flint, Michigan, onde os moradores foram envenenados por contaminação por chumbo, não é apenas sobre água potável. E não é apenas sobre Flint. É sobre etnias e classes econômicas, e sobre a contradição gritante entre o sonho americano da igualdade de direitos e oportunidades para todos e o pesadelo americano de desigualdade de riqueza e poder.

Publicado no Institute for New Economic Thinking e no Triple Crisis

A ligação entre a qualidade ambiental e a desigualdade econômica foi explicitada mais de duas décadas atrás, em um memorando assinado por Lawrence Summers, então economista-chefe do Banco Mundial, trechos do qual apareceram em The Economist, sob o título provocativo, “Deixe-os comer a poluição.

Partindo da premissa de que os custos da poluição dependem dos “ganhos não cobrados de aumento da morbidade e mortalidade “, Summers concluiu que “a lógica econômica de despejar uma carga de lixo tóxico no…

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Morte e vida severina – em desenho animado

http://tvescola.mec.gov.br/tve/embed-video/especiais-diversos-morte-e-vida-severina-em-desenho-animado?autostart=false

MORTE E VIDA SEVERINA – EM DESENHO ANIMADO

Não recomendado para menores de 12 anos Espe

Especiais diversos – Morte e Vida Severina – Em desenho animado

Duração: 00:55:26

Série: Especiais diversos

Nível de ensino: Ensino Médio

Sinopse

Morte e Vida Severina mostra a saga de um retirante nordestino que, como tantos brasileiros, viaja do sertão ao litoral em busca de melhores condições de vida. A história de Severino, contada por meio de versos na obra-prima de João Cabral de Melo Neto, foi adaptada para os quadrinhos pelo cartunista Miguel Falcão e é retratada nesta animação 3D. O desenho animado preserva o texto original e, fiel à aspereza do texto e aos traços dos quadrinhos, dá vida aos personagens do auto de natal pernambucano que foi publicado em 1956.

Outras informações

Ano de produção: 2009

Público-alvo: Aluno

Faixa etária: 15-18

Área temática: Geografia, Diversidade Cultural, Literatura

País de origem: Brasil

Versão do áudio: Áudio original

Produtora: TV Escola / OZI / FUNDAJ – Fundação Joaquim Nabuco

Diretor: Afonso Serpa

 

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