Tempos de regime de exceção

Regime de exceção foi um eufemismo utilizado para não chamar ditadura de ditadura. Como agora chamam golpe de impeachment. Naqueles idos tempos negros de 1976, que começam a retornar com este governo ilegítimo que se apoderou da presidência, o jornal semanário Pasquim era uma das poucas vozes que nadavam contra a maré de apoio à ditadura capitaneada pelas Organizações Globo e demais representantes da mídia empresarial.
Publiquei em dezembro de 1975 e janeiro de 1976 umas frases no Pasquim. Naquele tempo, de ditadura pesada, tínhamos que informar nome e endereço completo para publicar qualquer coisa. Se os censores exigissem, o jornal era obrigado a fornecer estas informações sobre o autor.

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Uma das frases, publicada na seção intitulada PICLES, refletia com perfeição o clima que vivíamos naquela época:

“Quando um não quer dois o obrigam”

Ao assistir a violência da polícia militar do Alckimin, governador do Estado de São Paulo, contra manifestantes e estudantes, lembrei-me da frase e, o que é assustador, do clima que se respirava na ditadura.

Hoje, com as redes sociais, é possível escrever a frase e ilustrar com fotos da violência.

Hoje, 40 anos depois, está ficando evidente, a frase mantém a sua atualidade, infelizmente. Como no passado, haverá resistência.

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