Todo dia da Consciência Negra
Por Hang Ferrero, do site hangferrero.com.br
20 De Novembro De 2016 3
Dia desses, fui a um barzinho badalado no Centro de Itajaí. O objetivo era prestigiar a um amigo que faria uma apresentação no local ( quase sempre frequento os lugares optando por prestigiar os talentosos artistas da nossa região ).
De cara, fui abordado por um funcionário, quando adentrei a casa:
– “COMO FOI QUE VOCÊ ENTROU AQUI?”
Eu lhe perguntei quais eram as maneiras de entrar no bar. Ele insistiu e depois de perceber que tinha mexido com o “cara certo” veio me “explicar…“.
– ” É que ali nos fundos tem um muro que a gente tá pensando em aumentar…”
Para os amigos que se importam e também para aqueles que percebem esse tratamento mas não fazem nada a respeito.
20 de novembro de 1695 – morte de Zumbi, pela liberdade de todas as raças.
Por conta da DESORDEM, tenho que me explicar
para evitar olhares POLICIALESCOS.
É que NÃO esperam de mim discurso de fino trato, a julgar
o FENOTIPO, o EXCESSO de melanina ou ainda, a ausência de um NARIZ ADUNCO.
Em meio ao DESATINO instituído,
dou-lhes condições de RESPEITAR
as evoluções SUBSAARIANAS.
Ofereço-lhes outra PERSEGUIÇÃO: luz, reflexão;
pele CLARA, pele ESCURA… raças HUMANAS !
À minha PELE, toda a PUJANÇA
de uma herança de ZUMBI.
Todo o angor à minha pele QUILOMBOLA,
velada ao ESCÁRNIO da história
mal contada, mal retratada, maltratada, ETNOCENTRISTA.
À minha pele PULSA a NEGRA COR,
lançada ao verbo de toda LIBERDADE fugidia.
Pele sem DIREITOS conformada COR,
arestas aparadas à TODA COR .
À minha pele REFUGIA-SE
o “amparo” das COROAS EUROPÉIAS,
nas ”inverdades”,
de AMBRÓSIO ao QUILOMBO dos PALMARES .