”Acho que as pessoas deveriam parar de criticar o “imobilismo da esquerda de Facebook”. Primeiro, porque a responsabilidade pela reação política não é nossa. Em matéria de manifestação de massas, daqui, só sai merda. 2013 e os patos amarelos que o digam. Segundo que já fomos às ruas quantas vezes? Quantas vezes colocamos mais gente que os patos nas ruas e para quê? Aqui em Juiz de Fora fizemos a maior manifestação da história da cidade antes do impítim, com 30 mil pessoas, e ninguém sabe. Em vez de criticar cidadãos comuns que fazem mais que sua obrigação se colocando diariamente em toda sua rede de conhecidos, acabando com relações para compartilhar notícias e opiniões, temos que cobrar nossas lideranças políticas. Onde estão? Elas existem? Elas estão convocando para as ruas? Onde estão Lula, Ciro, Genro que não convocam uma coletiva de imprensa e falam o que falou Ciro, que vai reverter as privatizações de nosso petróleo? Eles não deveriam como ex-candidatos e candidatos estar liderando as manifestações contra a PEC na frente do congresso? Eu me lembro da passeata dos 100 mil pelo Fora FHC em Brasília. Eu estava lá, e no palanque Brizola, Lula, Arraes. E hoje? E como é possível que tenhamos acabado com a tentativa de estado do bem estar social sem que tenha havido uma greve geral no país? Se os líderes sindicais não são capazes nem de liderar plenárias de seus sindicatos rumo a uma greve geral nós é que temos que liderar o país? Horizontalismo é coisa de imbecil. Precisamos de líderes, referências, organizações sociais, partidos. Se não temos nem isso, nem o povo, nem tanques ao nosso lado, a triste e óbvia realidade é que não faremos nem uma manifestação, quanto mais uma revolução. Tudo o que temos é o resto de direitos civis que sobraram. E com eles, a hora é de começar tudo de novo. E é sempre a hora mais difícil, não? Mas delirar não ajuda.” (Gustavo Castañon)