Por Flávio Antonio da Cruz
“O governador do Amazonas diz que não havia santos entre os mortos. Nas entrelinhas do seu discurso, afirma-se que quem morreu merecia mesmo ter morrido. A expressão é para lá de infeliz, sobremodo quando proferida por uma autoridade pública. No final das contas, ela faz coro com o fascismo cotidiano que imagina que todo suspeito/preso/condenado deva ser morto ou que massacres como esse não deveriam causar comoção a ninguém. São esses os autoproclamados homens bons – bonus pater familiae… Quando ele diz que não havia santos em tal ou qual lugar, parece acreditar que haja santos em suas hostes. O que resta é medo da noção de justiça que esses ‘homens santos’ disseminam por aí…”