Observo os comentaristas políticos da Globo incomodados com a apatia dos patos e paneleiros.
Por mais que a Globo se esforce para criar uma onda para derrubar Temer e colocar um escolhido dela no seu lugar, não consegue movimentar a patolândia.
O discurso é que os patos e paneleiros estão cansados. Ora … ora … cansados … Eles estão mesmo é … satisfeitos !
A verdade é que os patos e paneleiros, apesar dos esforços da Globo, não baterão suas panelas e não irão para as ruas derrubar o primeiro presidente da república denunciado por corrupção com provas materiais.
Embora o ilegítimo não seja propriamente um presidente com P maiúsculo, não se pode esquecer que é a primeira vez no país que um presidente é denunciado em um processo criminal, que poderia dar em cassação e cadeia.
É a desonra máxima, inédita, do cargo de presidente da República.
Falta compostura ao envolvido e falta compostura à parte da nação que assiste conformada toda esta situação como se fosse novela das oito.
Encontro furtivo com criminoso confesso, em próprio federal, fora da agenda oficial, em horário noturno; gravação com conteúdo comprovadamente suspeito; recebimento de mala com dinheiro, devidamente filmado; nada disso levará os patos e paneleiros às ruas.
Não lhes interessa a queda de Temer. Temem que o processo saia de controle e o povo eleja, novamente, um candidato popular.
Para mim tudo isto comprova que o principal motivo dos paneleiros e patos era o ódio ao povo, ao popular e às esquerdas e não, como diziam, o ódio à corrupção.
As corrupções, tanto as grandes quanto aquelas pequenas do dia-a-dia, eles sempre as toleraram e, vários deles, até mesmo as praticaram e praticam.
Seus discursos contra a corrupção não são sinceros. Não tem mazela maior que a miséria, o desemprego e a segregação social e isto os insinceros toleram e, mesmo involuntariamente, incentivam.
O que eles, patos e paneleiros, odeiam mesmo é o fim dos seus privilégios espúrios, a desconcentração da riqueza e da renda, as políticas de proteção social.
O que eles odeiam mesmo é um governo da maioria, eleito em eleições diretas e honestas.
O que eles odeiam mesmo é a democracia digna, do povo, pelo povo, para o povo.
O que eles odeiam mesmo é que seu voto elitista valha exatamente igual ao voto do ser, para eles desprezível, que habita os guetos, as favelas e os nordestes da vida.
Se esta carapuça que eu lanço não lhe cabe na cabeça , por que você continua aí calado, engolindo com prazer tudo isso que lhe servem no dia-a-dia concordando, bem lá no fundo de sua alma, com tudo?
Por que você continua a fingir, quando em público, um nojo que na verdade não sente? Pensa que engana a quem? A si próprio? Onde a camisa da CBF? Onde o patriotismo de ocasião? Onde as panelas?Ao se associarem a bandidos evidentes ou confessos para ganhar na marra uma eleição que vocês perderam nas urnas, vocês, meu caros, tornaram-se cúmplices do desastre político e do caos econômico em que o país está mergulhado.
Vocês são cúmplices do assassinato de uma tênue experiência de democracia. Não se finjam de inocentes. Não tirem o corpo fora.
Ao abrir a porteira do vale-tudo pelo poder, vocês se igualaram, ou melhor, vocês se confessaram iguais aos que estão, hoje, na cadeia: “SOMOS MILHÕES DE CUNHAS”, vocês gritaram nas ruas.
Vocês vão, humildemente, pedir desculpas e reconhecer os erros ou vão dobrar a aposta e sair ás ruas gritando “SOMOS MILHÕES DE TEMER E DE AÉCIOS”?
Ou vocês vão esperar estrategicamente que Temer, Meireles e os partidos e políticos colocados por vocês no poder terminem o seu trabalho sujo de destruição do país?
Pobre país rico com esta elite mesquinha, subserviente e subdesenvolvida.
Paulo Martins
dialogosessenciais.com