Em 08/julho/2018
Este preso é meu. Eu o condenei, é meu dileto prisioneiro.
Preciso dele para ser.
Com ele, minha vida é uma moeda rara,
eu sou a coroa, ele é o cara.
Este preso é meu. Minha razão de vida.
Por causa dele sou conhecido, homenageado, comprado, vendido.
Sem ele não valho um tostão furado,
volto ao meu exato tamanho: caipira, tacanho, mal preparado.
Líder popular é uma espécie em extinção,
como dependo dele, luto pela sua preservação,
prisioneiro de luxo, na minha exclusiva prisão.
Ele me rende palestras, viagens, enriquecimento, bajulação.
Sem ele, ostracismo, depressão.
Este preso é meu. Por ele esqueço leis,
desconsidero jurisprudência, atuo na acusação,
desobedeço Tribunais, rasgo a Constituição,
julgo por convicção.
Este preso é meu. Preenche meus dias, carentes de emoção.
Bebo na sua fonte, ambiciono a sua fama,
preciso dele para sair da lama.
Este preso é meu. Não tem discussão.
É meu, da Globo, da nossa facção.
Blog dialogosessenciais.com
só não gostei da parte do caipira, sou caipira sô e sei das virtudes de sê-lo
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Não tive a intenção de menosprezar o caipira autêntico, prezado Marcos. Tive, sim, a intenção de ressaltar um traço da personalidade do cidadão retratado no texto: trata-se de um caipira que sente vergonha de sua origem e tenta disfarçar com roupas e comportamentos que só reforçam seu lado brega, não cosmopolita. Talvez eu devesse ter usado a palavra brega no lugar de caipira. Não se ofenda. Não há motivo. Peço desculpas.
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Belo texto Paulo. Lembra aquele “Deus existe porque existo ou existo porque Deus existe?”
Continuamos anestesiados e culpando os outros. Primeiro os potugueses de 1500 e agora os três prodreres.(não é erro de grafia).
Creio que o grande problema é a omissão que se estende desde a candidatura de sindico até a presidencia da republica…
abracos
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