UM BRECHT POR DIA – 23.12.18

Então é Natal! Pé na estrada. Um pulo ali do lado, na serra, e depois, para o ano novo, um abraço no Mujica.

Fiel ao espírito natalino e ao que nos espera em 2019, deixo vocês com uma série de textos de Brecht. Divirtam-se. Ou não. Em 15 dias, estarei de volta.

Paulo Martins

Um poema, duas traduções. Eu prefiro a tradução de Haroldo de Campos. E você?

A MÁSCARA DO MAL

Em minha parede há uma escultura de madeira japonesa

Máscara de um demônio mau, coberta de esmalte dourado,

Compreensivo observo

As veias dilatadas da fronte, indicando

Como é cansativo ser mau.

Em: Bertola Brecht – Poemas 1913 – 1956

Seleção e tradução de Paulo César de Souza

editora 34

A máscara do mal

Na minha parede, a máscara de madeira 

de um demônio maligno, japonesa –

ouro e laca. 

Compassivo, observo 

as túmidas veias frontais, denunciando

o esforço de ser maligno.

.

Die Maske des Bösen

An meiner Wand hängt ein japanisches Holzwerk

Maske eines bösen Dämons, bemalt mit Goldlack.

Mitfühlend sehe ich

Die geschwollenen Stirnadern, andeutend

Wie anstrengend es ist, böse zu sein.

– Bertolt Brecht, em “O duplo compromisso de Bertolt Brecht” [tradução Haroldo de Campos]. in: CAMPOS, Haroldo de.. O arco-íris branco. Rio de Janeiro: Imago, 1997.

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