Os cavalos do holandês, o Auxílio Brasil, a inflação e o economista chicagoan

Brasileiros desempregados e miseráveis esperam, desesperados o pagamento do Auxílio Brasil pelo governo federal. Tendo em vista a grave crise econômica alimentada – eu nem devia usar essa palavra fora de moda – pela catastrófica política econômica de Bolsonaro/Guedes e pela inflação galopante, o Auxílio será limitado e insuficiente.

Para muitos o Auxílio chegará muito tarde e eles terão o mesmo destino dos cavalos do holandês.

Um holandês criava cavalos e o preço da ração aumentou muito. Então o holandês contratou um economista brasileiro, formado na Universidade da maldade (Chicago), chamado Guedes, um verdadeiro chicagoan. O economista aconselhou o criador holandês a comprar somente metade da ração, para fazer o preço baixar. Para isto, recomendou deixar os cavalos comendo a metade das suas necessidades diárias de ração. O economista Guedes convenceu o criador holandês que, em um mês, os preços da ração cairiam pela metade. De fato, os preços da ração caíram, até mais do que isso. O plano de redução de custo e da inflação do brilhante economista só não deu totalmente certo porque os cavalos morreram, todos, 15 dias antes de fechar o mês. Questionado pelo criador holandês que estava desesperado, o economista brasileiro culpou a falta de colaboração dos cavalos e sua incapacidade de fazer sacrifícios em prol do bem comum. Ele sugeriu ao criador holandês plantar capim, empacotar em embalagem gourmet nas cores verde e amarelo e exportar para o Brasil. O economista brasileiro, que não entendia nada de nada mas se achava, sugeriu também a marca – Myth – The Edible Grass.

Segundo o seu consultor chicagoan havia, no Brasil, conforme dados do último trimestre de 2018, mais de 57 milhões de consumidores do produto.

O holandês, tendo em vista as notícias que circulavam no mundo sobre o Brasil, achou a ideia excelente, sorriu agradecido e elogiou a genialidade do seu consultor brasileiro. Conforme sugerido, exportou toneladas do produto para o Brasil em contentores refrigerados, por via aérea, para manter a qualidade do produto e fidelizar seus clientes brasileiros. Vendeu, coitado do holandês, sem garantia bancária. Tomou calote e faliu.

Questionado, o consultor brasileiro declarou que a falência do fabricante holandês comprovava a superioridade de sua estratégia de investimento em ativos financeiros abrigados em paraíso fiscal e, portanto, isentos de quaisquer tributos e riscos de calote. O holandês retrucou que esta situação, se ocorresse na Holanda, de uma pessoa aumentar sua fortuna com suas decisões como ministro, configuraria no mínimo conflito de interesses e, comprovado o dolo, crime financeiro, sujeito a demissão, julgamento, condenação e prisão.

Moral da história: não adianta procurar. Não tem.

PauloM

Blog dialogosessenciais.com

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